Os Depeche Mode eram o nome mais sonante da edição deste ano do Optimus Alive e o Passeio Marítimo de Algés encheu-se para assistir a este regresso aos palcos portugueses. A banda liderada por Dave Gahan esteve à altura das expectativas do público, que vibrou quase tanto com os clássicos da banda como com as canções mais recentes.
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Em jeito de boas-vindas, o grupo arranca com "Welcome to My World", canção retirada de "Delta Machine", o seu último disco. Dave Gahan é recebido pelos fãs como um "personal jesus", disposto a ser adorado pela multidão. Colete brilhante, movimentos voluptuosos e uma dose generosa de teatralidade não deixam os fãs indiferentes - bem longe disso. Aliás, o líder do grupo britânico não precisa de muito mais para deixar o público em êxtase.
"Angel", também do novo álbum, foi a música que se seguiu, mas foi com o clássico "Walking in my shoes" que o público se manifestou efusivamente e entrou em sintonia com a banda."Precious", "Personal Jesus", "Enjoy the silence", "I Feel You" ou "A Question of Time" foram algumas das canções mais celebradas e entoadas pela multidão, que, mesmo assim, não renegou as canções do novo disco.
"Heaven", primeiro single do novo trabalho, foi bem recebida e já começa a ter um espaço de destaque nos concertos, concorrendo com alguns dos êxitos que pontuam os trinta anos de carreira da banda. "Soothe my soul" segue o mesmo caminho.
Líder nato, Gahan destila sexualidade e ensaia danças do varão no suporte do microfone. "Este homem é lindo", comenta uma fã.
Tantos anos na estrada fazem com que esta seja uma máquina bem oleada, apesar de a animalidade de Dave Gahan quase nos fazer acreditar no contrário. Bem mais contido é o teclista Martin Gore, que, timidamente, ocupa os vazios deixados quando Gahan sai de palco. Canta "Shake the disease" e "Home" e o público acompanha solenemente.
"Home" é mesmo a primeira música a ouvir-se no encore, depois de um "Personal Jesus" que foi em crescendo até à explosão eletrónica.
"Just can't get enough" é uma canção quase tão velha quanto a banda, mas não há quem não a conheça. Assim que soaram os primeiros acordes, o Passeio Marítimo de Algés parecia uma festa dos anos 80. "Never let me down again" coroou uma atuação de duas horas que parece ter superado as expectativas dos fãs. Sem dúvida, um dos concertos que vai ficar na história da sétima edição do festival.
No ponto oposto do recinto, o coreto, cuja curadoria está a cargo do programa de rádio "Ginga Beat", recebia Throes + The Shine. Acabados de chegar do festival dinamarquês Roskilde, o grupo que cruza rock e kuduro levava à loucura o grupo de fiéis que ali se concentrava. Festa rija, corpos suados aos pulos, passos de dança exímios em cima do palco e canções com batidas viciantes faziam daquele local um microcosmos, completamente apartado do resto do festival.
À meia-noite, The Legendary Tigerman subia ao palco Heineken com a promessa de "uma noite de rock&roll", como só ele sabe fazer. A casa ia enchendo com a multidão que abandonava o concerto de Depeche Mode e que encontrava no espetáculo do "one man show" Paulo Furtado uma alternativa ao DJ Set dos 2ManyDjs, que encerraram a segunda noite de concertos no palco principal.