Os Editors, banda escolhida para preceder os aguardados Depeche Mode, subiu ao palco à hora marcada e já encontrou uma plateia mais composta que os artistas que lhes antecederam.
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O indie rock dos britânicos angariou muitas palmas e abanar de mãos, especialmente em temas mais conhecidos, como "An End Has a Start" ou "Smokers Outside the Hospital Doors".
Com um alinhamento seguro, já utilizado noutras paragens, a banda de Birmingham aproveitou ainda para apresentar o novo álbum, "The Weight of Your Love", em Algés. O concerto terminou com um dos êxitos maiores da banda, "Papillon".
Gabriel o Pensador passa pelo recinto
O cantor brasileiro Gabriel o Pensador não atua no Optimus Alive, mas foi "apanhado" pelos jornalistas e fotógrafos no recinto, durante o concerto de Editors. O artista tem concerto marcado para amanhã em Freamunde e aproveitou mais uma passagem por Portugal para conhecer o festival.
Veio "a lazer e não a trabalho", assegura, e passeou pelos diferentes palcos para espreitar algumas bandas. "Queria ver Jurassic 5, mas não cheguei a tempo", confessa ao JN. "Resolvi ficar na mesma, para cumprimentar alguns amigos e mostrar aos meus filhos como era o festival", acrescentou.
Hip hop "old school" dos Jurassic 5
É possível que tenham sido poucos os que vieram ao segundo dia do Optimus Alive para assistir à estreia em Portugal dos norte-americanos Jurassic 5, mas o hip hop "old school" praticado pelo grupo parece ter conquistado os que aguardavam pelas estrelas da noite, os Depeche Mode.
O nome dos Jurassic 5 no alinhamento do segundo dia de festival levantava algumas dúvidas. Entre as sonoridades populares dos portugueses O'QueStrada e o rock revivalista dos Editors, lá estavam os Jurassic 5 no meio. A verdade é que se pareciam ser poucos os que ocupavam a primeira fila com clara intenção de os ver, verdade é também que foram muitos os que participaram nesta celebração do hip hop dos anos 90.
O som explosivo do grupo norte-americano criado em 93 ecoou pelo recinto inteiro, que ia enchendo, enquanto a banda apostava num espectáculo sonoro e visual com scratching de vinis gigantes, "Smoke on the Water" em versão alternativa e até um Harlem Shake.
Ao mesmo tempo, no palco Heineken, os Rhye davam início a um concerto intimista. Ao vivo, o duo composto pelo canadiano Mike Milosh e o dinamarquês Robin Hannibal faz-se acompanhar por mais quatro músicos. Dois violinos, guitarra, bateria e teclas que servem de pano de fundo à voz de Milosh, que desfia canções do surpreendente disco de estreia, "Woman".
A plateia parece contemplativa, seduzida pela atmosfera íntima criada em palco. "3 Days" merece aplausos, mas é o anúncio do single "The Fall" que gera a primeira ovação. Telemóveis ao alto para filmar o momento, alguns telefonemas para quem se encontra longe do festival.
O soul da voz de Milosh - que por vezes nos faz lembrar Sade ou Tracey Thorn, dos Everyting but the Girl - e as letras que recordam histórias de amor, nem sempre felizes, fazem com que alguns fãs apenas se limitem a ouvir a música, de olhos fechados.
"Quantas pessoas é que acham que estão aqui?", perguntou Milosh, garantindo, de seguida, que esta era a maior plateia para a qual alguma vez tinham tocado, e que se sentia nervoso antes de entrar em palco.
Apesar da timidez que lhes é conhecida - não permitiram que os meios de comunicação social fotografassem o concerto - Milosh mostrou-se comunicativo, dirigindo-se ao público entre cada canção. Confessou até que estão em Portugal há uma semana e encantados com o país.
Ao segundo dia de festival, o céu cor de chumbo voltou a ofuscar o laranja dominante no recinto. A chuva volta a ameaçar quem ia chegando a conta gotas ao Passeio Marítimo de Algés. Talvez por isso, e ao cair da tarde, o recinto do Optimus Alive ainda estivesse a meio gás.
Os portugueses O'queStrada foram a primeira banda a subir ao palco principal este sábado e tentaram, com o seu "Tasca Beat", ir animando quem já por cá estava. A festa da banda de Almada foi reunindo alguns adeptos, mas a verdadeira enchente estaria reservada para mais tarde.