<p>A demolição de bairros degradados no Porto como um instrumento de combate ao tráfico de droga dividiu os principais candidatos à Câmara do Porto, no debate realizado na noite de anteontem, terça-feira, pela estação televisiva SIC Notícias.</p>
Corpo do artigo
A candidata do PS à Câmara do Porto, Elisa Ferreira, considerou que tal demolição é uma opção "catastrófica", enquanto Rui Rio, que se recandidata a um terceiro mandato pela coligação "Porto Primeiro" (PSD/PP), manteve a defesa do seu projecto para demolir o "Aleixo", na esteira do que fez no "S. João de Deus", mas não convenceu a adversária socialista.
"Se é para demolir por causa da droga, acho uma opção absolutamente catastrófica", comentou Elisa Ferreira, que preconizou a reabilitação do bairro. "No Bairro S. João de Deus" - que também era associado aos negócios da droga e que já foi demolido - "só conseguimos que o tráfico se espalhasse pela cidade", disse, por sua vez, o candidato do BE, João Teixeira Lopes. Acrescentou que a demolição das torres do Aleixo revela "insensibilidade social".
Já Rui Sá, da CDU, preconizou a demolição do bairro do Aleixo, constituído por várias torres de 13 andares cada, e o realojamento dos moradores num novo bairro, de outras características, a construir no mesmo local. Por sua vez, o candidato do PCTP/ /MRPP, João Pinto, recordou várias alterações de posição de Rio face à matéria.
Ao analisarem a reabilitação urbana do Porto, os candidatos da CDU, BE e PCTP/MRPP contestaram o modelo da sociedade constituída para o efeito, a "Porto Vivo" e sublinharam a falta de resultados. Destacaram que as poucas casas reabilitadas são disponibilizadas a preços pouco acessíveis e que persiste a "fuga" de habitantes da cidade para as periferias a uma média de 16 a 18 pessoas por dia.
Elisa Ferreira considerou que a 'Porto Vivo' "é uma empresa interessante", mas observou que "responde apenas a uma fatia limitada dos problemas", pelo que preconizou soluções complementares como a instituição de um fundo de arrendamento.