"Eu queria ter trabalho", dizia um homem com pouco mais de 40 anos à passagem de Francisco Louçã, na Praça da República, na Moita.
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O líder bloquista parou e, olhos nos olhos, tentou sossegar todos aqueles que a si se dirigiram com queixas, deixando garantias: "Já estamos a alertar para isso... Temos conhecimento e queremos resolver".
No dia do feriado da terra, Francisco Louçã foi falar com as pessoas e divulgar a sua campanha. Ao som dos "Sempre a soprar", um quarteto da linha de Sintra que garantiu só "tocar à esquerda", Francisco Louçã esteve pouco mais de meia hora naquela vila. Ainda assim, o contacto com a população foi fervoroso e nem o facto de o stand bloquista estar mesmo ao lado do PSD o abalou. "É a verdadeira democracia", dizia um apoiante do BE segurando uma bandeira a menos de um passo do stand social democrata. Tal foi a proximidade que a arruada começou ao som do hino do PSD, mas os passos logo se apressaram.
A vila estava em festa: "Não trabalhei e logo vou à tourada", dizia um habitante, para explicar: "Mas também hei-de ir votar". Um vendedor de cautelas que ainda não tinha conseguido vender um bilhete mantinha o sorriso: "O Sócrates é que devia cá vir para ver como isto está. Mal!".
Entre cumprimentos, parou para escutar um estudante do Porto: "Sou de Esquerda e não quero votar PS. Em quem hei-de votar?", questionou, sem obter qualquer resposta directa. "Eu não o quis espicaçar, mas queria que me respondesse com verdade, me convencesse. Foi simpático, mas está na campanha e fala com todos, não me senti nada especial", comentou depois o jovem, sentado numa esplanada. Logo ao lado um outro aproveitou para gracejar: "Todos se queixam, todos pedem... olhem eu queria era uma namorada, pode ser?".