
Luís Neves/ Global Imagens
Os britânicos Arctic Monkeys, cabeça-de-cartaz na primeira noite de Super Bock Super Rock, foram recebidos em êxtase pelas 30 mil pessoas que se encontravam no recinto. A banda foi brindada com uma energia inesgotável do público, que a cada salto levantava densas nuvens de pó.
Alex Turner, Jamie Cook, Matt Helders e Nick O'Malley, os quarto rapazes que compõem os Arctic Monkeys, subiram ao palco principal do Super Bock dez minutos antes do previsto, para gáudio dos muitos fãs que aguardavam a actuação da banda.
O arranque foi dado com "Library Pictures", música do recém-editado "Suck It and See", e dali a pouco a plateia mostrava-se contagiada pelo som que dominava o recinto completamente lotado. Só mesmo os vendedores ambulantes de cerveja arriscavam furar a compacta multidão.
Além de uns agradecimentos e da pergunta da praxe: "Estão a gostar?", a banda foi parca em conversas, mas não se poupou em arranhar as guitarras e puxar pela voz para recuperar os êxitos que todos queriam ouvir.
"Teddy Picker", canção do segundo disco da banda, foi recebida com grande entusiasmo, tanto que alguém na plateia resolveu acender um very-light, para marcar a ocasião. Com uma segurança tão apertada e uma revista completa à entrada por parte da PSP, era clara a surpresa por haver quem tivesse conseguido entrar no recinto com um engenho daqueles dentro da mala.
Apesar de o público se ter mostrado sempre incansável, os momentos de maior loucura surgiram com "I Bet You Look Good on the Dancefloor" e "When the Sun Goes Down", sucessos incontestados do primeiro disco do grupo, aquele que despertou paixões para a vida em muitos dos fãs.
E quando a adrenalina subia, subiam também as nuvens de pó, que deverão ser companhia assídua nos próximos dois dias.
O encore foi pedido com sofreguidão - pudesse a banda resolver não voltar depois de uma hora em palco -, e com ele chegou também "505", o número mágico que encerrou o espectáculo dos Arctic Monkeys, para um público arrebatado e rendido aos encantos dos quatro jovens britânicos.
Antes, actuaram os Beirut, com um arranque que foi escorregadio, mas logo a seguir a música esbofeteou a ventania: foi o primeiro grande concerto no festival.
É a turma do americano Zach Condon, moço de 25 anos que atravessou o atlântico para se enamorar pela música dos balcãs e depois conceber esta música que abraça longitudes diversas, espécie de celebração romântica e boémia.
Zach Condon, cabeça curvada, o braço dobrado com o trompete pousado no ombro, a voz a serpentear; ao lado: trombone e tuba, sopros redentores.
Arqueou entre "Nantes" e "Scenic world" ou, entre muitas outras, uma versão acelerada de "After the curtain", enfim, uma abundância de peças revigorantes. Foi como se do palco se soltasse uma onda de deleite. E a lua cheia atrás do palco.
