Presidente do PSD pretende conseguir "margem para baixar os impostos", caso ganhe as eleições legislativas e forme Governo.
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Durante uma conferência organizada pela rádio TSF sobre "perspectivas fiscais e recuperação económica", no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a presidente do PSD defendeu que Portugal tem uma "carga fiscal excessiva" e não crescerá enquanto não a reduzir.
"Enquanto não reduzirmos a carga fiscal com dificuldade Portugal vai crescer. E sem crescer não conseguiremos resolver nenhum dos problemas que nos afligem: nem o défice público, nem o endividamento externo, passando pelo desemprego e pela desigualdade da distribuição de rendimentos", afirmou.
Manuela Ferreira Leite acrescentou não ter dúvidas de que "neste momento não existem condições" para reduzir a carga fiscal, "mas que é necessário lutar por este objectivo".
"E a luta por este objectivo só pode passar por um combate tenaz à despesa pública", concluiu.
"O objectivo fundamental do combate à despesa pública só pode ser a possibilidade de baixar os impostos. Eu digo isto há muitos anos, há muito tempo. O meu combate à despesa não é para ter margem para fazer mais despesa, é para ter margem para baixar os impostos", frisou a ex-ministra das Finanças.
A presidente do PSD afirmou a este propósito que a vontade de reduzir os impostos talvez seja "a grande justificação" para a sua "luta titânica" contra os grandes investimentos públicos, alegando que estes condenam Portugal a uma carga fiscal "insuportável".
Ao analisar a evolução da carga fiscal, considerou que esta "tem sido muito agravada nos últimos anos, contribuindo para o menor crescimento que se tem verificado no país", e apontou o dedo ao actual Governo do PS: "São os números que dizem que em 2005 nós assistimos ao maior aumento de impostos de que há memória. Todos os impostos foram aumentados".
Manuela Ferreira Leite terminou a sua intervenção dizendo ter pena de não poder fazer, perante a assistência da conferência da TSF, uma proposta de redução de impostos, por não prometer "nada que não seja exequível".
"Afirmo que não farei aumento de impostos, porque considero maléfico para o nosso crescimento económico, mas que tudo farei para haver espaço a que haja uma redução de impostos, que eu considero neste momento absolutamente decisiva se queremos sair da situação de anemia económica em que nos encontramos", reiterou.