Candidatura independente ficou com menos três representantes no Executivo. Isabel Santos (PS) e Rui Quelhas (PSD) prometem "oposição firme".
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"Boa-noite, gondomarenses, mulheres e homens de Gondomar. Muito obrigado pelo vosso apoio e por me darem uma expressiva vitória", foi desta forma que, às 21.15 horas, Valentim Loureiro anunciou a sua vitória na Câmara, à porta da sede de candidatura, junto à rotunda dos Rotários, em Gondomar.
Porém, ao contrário do que aconteceu em 2005, Valentim Loureiro perdeu a maioria absoluta, conquistando apenas 42,75% do eleitorado. Coube ao Partido Socialista ser a segunda força política do conselho, com 29,33% dos votos (elegendo quatro vereadores, o dobro do resultado de 2005), seguido do PSD, com 15,31% (dois vereadores). Quer o Partido Comunista, quer o Bloco de Esquerda não conseguiram alcançar um lugar no Executivo.
Desta forma, Valentim Loureiro conseguiu cinco mandatos, menos três do que tinha alcançado há quatro anos. Ainda assim, o autarca preferiu destacar o feito de mais uma vitória eleitoral agradecendo o apoio de todos os cidadãos, sem o qual "teria sido difícil resistir a tanta calúnia e perante tantos ataques".
"Com mais ou menos apoio do Governo, os gondomarenses vão continuar a ter o meu apoio", garantiu Valentim Loureiro, perante uma plateia entusiasta composta por centenas de apoiantes que, desde o meio da tarde, aguardavam a sua chegada à sede de candidatura.
Apesar de não ter conseguido derrotar a candidatura de Valentim Loureiro, a socialista Isabel Santos era, ontem à noite, o rosto da satisfação perante os resultados que indicaram que, comparativamente às últimas eleições autárquicas, o PS conseguiu duplicar o número de mandatos.
"O PS mais do que duplicou a percentagem de há quatro anos. É um resultado histórico desde que perdemos a Câmara. Por isso, Valentim Loureiro tem uma maioria relativíssima", disse a candidata, ao JN, enquanto avançou que o seu partido ganhou "mais duas juntas de freguesia", Fânzeres e Melres.
Já quanto ao papel que o Partido Socialista terá no Executivo, Isabel Santos foi peremptória: "Vamos fazer uma oposição firme, porque temos um grande projecto para Gondomar e não vamos abdicar dele. Até porque, Valentim Loureiro é uma pessoa que perdeu completamente o norte", concluiu.
Também Rui Quelhas, candidato da coligação PSD/CDS-PP, foi, ontem, bastante crítico em relação ao papel de Valentim Loureiro à frente da Câmara de Gondomar. "A maior vitória foi o efeito do poder, sobretudo daquele praticado no último mês. Foi um ataque do município em obras, com pavimentação de ruas, rotundas e passeios sem nexo e espectáculos pagos por todos nós", apontou.
"Houve uma derrota do ponto de vista matemático. Mas, há que ter em conta que o PSD foi o partido mais pressionado, porque foi de onde a maioria que existia adveio. A maioria do executivo criou pressões inaceitáveis em democracia , ameaçando candidatos, ao ponto de ter mudado cinco candidatos", criticou Rui Quelhas que prometeu "uma oposição total" a Valentim Loureiro.