<p>Há 47 movimentos independentes que vão a votos no próximo domingo, quase o dobro dos que foram em 2005. Todavia, a grande parte resulta de zangas partidárias e não por iniciativa própria dos populares.</p>
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A possibilidade surgiu pela primeira vez nas autárquicas de 2001 e, então, concorreram 21 movimentos independentes às câmaras municipais, saindo vencedor apenas um, em Alenquer. Quatro anos volvidos, passaram a ser 27 os concorrentes mas já conquistaram sete autarquias: Alcanena, Alvito, Felgueiras, Gondomar, Oeiras, Redondo e Sabrosa. Todavia, só nos casos de Sabrosa e Alvito é que não foram reeleitos, desta vez sem o auxílio dos partidos, presidentes já em exercício.
Nestas autárquicas, o número aumentou para 47 movimentos. E há mesmo quatro concelhos que têm duas listas independentes: Amadora, Marvão, Valongo e Tomar. Todavia, muito poucos são verdadeiramente cívicos e a grande parte resulta de divórcios entre os partidos e os candidatos. Zangas com as concelhias ou distritais e problemas com a justiça, são os principais motivos para o cortar de relações que, muitas vezes, duravam há longos anos.
Mesmo com alguma tolerância na análise, só em 12 movimentos é que não se encontram candidatos relacionados com os partidos: Arouca, Vagos, Mértola, Mira, Mourão, Nazaré, Amadora (2), Alter do Chão, Marvão, Alcanena e Coruche.
Ou seja, nos restantes 37 movimentos é possível encontrar antigos e actuais presidentes, vice-presidentes e vereadores ou, então, presidentes das concelhias partidárias que, por um ou outro motivo, se incompatibilizaram com o partido ou o partido com eles.
Saliente-se, ainda, que há oito actuais presidentes que se vão recandidatar por movimentos independentes, alguns abandonando os seus partidos de sempre como, por exemplo, em Amares (PS), Campo Maior (PS)ou Sines (CDU).
Analisando partido a partido, o PS é o que conta maior número de movimentos dissidentes: 19. Seguem-se o PSD, com 10 e a CDU com quatro. Há, ainda um caso do CDS-PP em Marco de Canavezes, com Avelino Ferreira Torres a voltar ao concelho, agora como independente.