O cabeça-de-lista da CDU a Lisboa, Rúben de Carvalho, realçou, ontem à noite, a "substancial diferença" de votação da coligação para a Câmara e juntas de freguesia. E tinha razão: a CDU não só perdeu mais de 10 mil votantes relativamente a 2005 - apesar de ganhar 4000 face a 2007 -, como perdeu um dos dois vereadores que conservava naqueles dois últimos actos eleitorais.
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Segundo Rúben de Carvalho, os lisboetas pesaram o "risco do regresso ao passado", rejeitando a possibilidade da coligação de Direita, liderada por Santana Lopes, sair vencedora. "Lisboa não esqueceu, nem pode esquecer, o que foram os catastróficos seis anos de gestão presididos por Santana Lopes e Carmona Rodrigues", afirmou o comunista, que já havia liderado a coligação em 2005 e nas intercalares há dois anos.
Realçando a "intensa" bipolarização nas eleições, devido ao "receio do eleitorado lisboeta do regresso do PSD à governação municipal", o comunista, de 65 anos, garantiu que "o voto dos lisboetas afastou esse risco". "Mas não afastou aspectos altamente negativos da política de Direita", salientou, lembrando que o PS contribuiu, com a sua "cumplicidade", para as gestões de Santana Lopes (2001-2005) e Carmona Rodrigues (2005-2007).
A descida de quase 1,5% da CDU - tendo em conta os resultados das intercalares - impediu a eleição de Miguel Tiago, provocando a perda do segundo vereador que mantinha, lugar que foi ocupado pela histórica Rita Magrinho, presente ao longo de várias gestões municipais, inclusive nas lideranças de Jorge Sampaio e João Soares.
Perante os resultados, Rúben destacou a "previsível substancial diferença" da votação entre a Câmara e as juntas. Mas até aqui a CDU recuou. Se em 2005 (em 2007, as eleições foram apenas para o Município, não para as juntas), a coligação venceu oito assembleias de freguesia, agora cingiu-se a cinco.