<p>Há quatro anos, a corrida à Câmara de Coimbra foi relativamente "pacífica" para Carlos Encarnação. Agora, a candidatura do seu ex-braço-direito baralha- -lhe as contas. Pode ser reeleito, mas dificilmente com maioria.</p>
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O social-democrata Carlos Encarnação, que concorre a um terceiro e último mandato pela coligação PSD/CDS/PPM, cedo percebeu que, ao contrário do que sucedeu nas Autárquicas de 2005, não será tão fácil vencer este ano. Por isso, "dispensou" todos os actuais vereadores sociais-democratas, substituindo-os por caras novas, mantendo apenas o responsável pelo pelouro do Desporto, Luís Providência (CDS).
O "dinossauro" do PSD promete não apenas uma equipa renovada - como que para apagar da memória os erros do actual Executivo - como também um novo fôlego nos próximos quatro anos, "para completar o trabalho desenvolvido e responder aos desafios de competitividade de Coimbra".
Após uma guerra interna, uma chuva de críticas entre militantes e um processo muito mal conduzido pelo presidente da Concelhia de Coimbra do PS, Henrique Fernandes (também governador civil), os socialistas apresentam Álvaro Maia Seco, presidente da Metro Mondego, como cabeça- -de-lista à Câmara.
Maia Seco, uma figura pública relativamente "apagada", promete "aproximar a Câmara dos cidadãos". E, numa crítica à gestão seguida nos últimos quatro anos, diz que a Autarquia deverá ser "um facilitador e um fomentador da actividade dos outros agentes económicos, culturais, recreativos e desportivos do concelho". Mas, "infelizmente, há queixas persistentes de falta de acutilância e alguma sobranceria no contacto com potenciais e actuais investidores", acusa o candidato.
"Por que será que o iParque, potencialmente um projecto importante, depois de lá terem sido investidos 12 milhões de euros, aparentemente ainda não tem nenhuma empresa em fase de instalação no terreno?", questiona.
Catarina Martins, candidata do Bloco de Esquerda, critica o "aumento desmesurado da construção, que penaliza ambiental e socialmente quem vive em Coimbra" e considera que "o Centro Histórico definha". Daí que se proponha "corrigir o Plano Director Municipal e o Plano de Urbanização da Cidade de Coimbra, bem como planos de pormenor em curso, no sentido da contenção da construção, da consolidação do espaço urbano e da salvaguarda e qualificação do espaço público".
Francisco Queirós, sucessor do "histórico" comunista Jorge Gouveia Monteiro na corrida à Câmara, lamenta o facto de Coimbra ter vindo a "acumular situações críticas - desindustrialização e desemprego, perda de serviços públicos transferidos para outras cidades, caos urbanístico, ausência de políticas culturais e educativas, ambientais e de ordenamento do território, falta de auscultação das críticas ou propostas dos cidadãos. A CDU propõe-se governar respondendo a estes problemas.
Pina Prata, a quem Encarnação retirou a vice-presidência da Câmara aquando da candidatura daquele à Concelhia do PSD, surge agora com uma lista de independentes, porventura com a campanha mais profissional e seguramente uma das mais caras.
O empresário apresenta no seu programa eleitoral três grandes projectos: "Centro Cultural de Coimbra 3C" (cultura, conhecimento e cidadania com dimensão europeia, nas instalações da actual penitenciária), aeroporto vocacionado para os negócios, autoridade dos transportes (fusão dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos com a Metro Mondego).