São sete os presidentes de Câmara eleitos à frente de movimento independentes, o mesmo número que já existia desde 2005. Só que alguns dos protagonistas mudaram. Fátima Felgueiras, por exemplo, foi derrotada.
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A derrota de Fátima Felgueiras, a Norte, foi o contraponto do reforço da vitória de Isaltino Morais, a Sul, que em Oeiras consegue manter-se como presidente da Câmara, apesar de condenado pelos tribunais.
Estes dois autarcas, que só se tornaram independentes porque deixaram de ter o apoio dos partidos a que pertenciam, são exemplares da realidade dos movimentos de cidadãos que se candidatam às autarquias à margem dos partidos. De todos os sete presidente de Câmara eleitos em listas independentes, nenhum escapou a esta regra. Só os movimentos de menor expressão têm génese independente sem qualquer ligação à formações políticas tradicionais.
Voltando aos "falsos" independentes, nas eleições de ontem, além da derrota de Felgueiras para o PSD, foi significativa, pelo sinal que representa de cansaço do eleitorado relativamente a alguns dos dinossáurios, a não eleição de Avelino Ferreira Torres, no Marco de Canavezes, e de Narciso Miranda, em Matosinhos. Ambos foram candidatos à margem dos seus partidos de origem, o CDS-PP, no primeiro caso, e o PS no segundo. Depois de afastados há quatro anos, pretendiam voltar ao poder, mas o eleitorado optou por manter os vencedores de 2005. No Marco, ganhou o PSD e em Matosinhos, os socialistas.
Ainda a Norte, Amares, no distrito de Braga, e Valongo, no distrito do Porto, são dois casos de vitória de socialistas, aos quais o PS retirou o apoio. Em Amares, José Lopes Gonçalves Barbosa foi reeleito como presidente. Em Valongo, Maria José Azevedo, ex-vereadora no Porto, conseguiu conquistar a maioria ao PSD.
A sul, os movimentos de independentes tiverem uma expressão significativa no Alentejo. Em Sines, distrito de Setúbal, Manuel Coelho, que era presidente eleito pela CDU, voltou a conquista a Câmara, como independente.
No distrito de Évora, em Estremoz, Luís Mourinha, que já foi eleito pela CDU, reconquistou a Câmara aos socialistas, com cabeça de lista de um movimento de cidadãos. De referir ainda o Alandroal, onde João Grilo, ex-PS, derrotou o seu ex-partido, e o Redondo, onde Alfredo Barroso foi reeleito. Quem não conseguiu a reeleição foi Ricardo Pinheiro, ex-PS, em Campo Maior. O partido levou a melhor.