<p>Narciso Miranda foi ontem à lota de Matosinhos, palco de velhas lutas entre facções do PS, para prometer um novo estaleiro e a modernização dos armazéns. Guilherme Aguiar, do PSD/CDS, optou por exigir mais e melhores vias estruturantes. </p>
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Um novo estaleiro para Matosinhos e a modernização da lota, defendeu, ontem, Narciso Miranda, antigo dirigente do PS, ex-presidente da Câmara local, agora candidato independente à autarquia presidida por Guilherme Pinto, do PS. Chega cedo, cerca das 7 horas à lota, onde há cinco anos, na sequência de insultos e agressões, acabou por morrer Sousa Franco, candidato às Europeias. Mal entra na zona portária, cumprimenta os pescadores acabados de chegar do mar, distribui cumprimentos, abraços, promessas.
Falando ao JN, Narciso Miranda evita falar do passado, antes o futuro. "Os armazéns da lota não têm condições de funcionamento. O seu prazo de validade terminou há muito tempo", avisa, sem antes, apontar como "prioridade" a construção sempre adiada do porto de pesca de Angeiras, antiga reinvindicação dos pescadores.
O mercado de Matosinhos, há pouco tempo objecto de recuperação arquitectónica por parte da Câmara, foi a meta a seguir. Por entre vendedeiras de flores e peixeiras, o candidato diz sentir-se "triste e desolado" pela ausência de clientes e logo ali, sugere a instalação de uma Loja do Cidadão como forma de atrair negócios. "Só com um projecto âncora será possível repovoar o edifício", diz.
A meio da manhã, o candidato da coligação PSD/CDS, Guilherme Aguiar, percorreu as ruas de Serpa Pinto e Heróis de França e "torceu o nariz" às inestéticas estruturas de aço em cima dos passeios e grelhadores de carvão nas ruas. "Isto é o caos. Se for eleito, irei propôr o reordenamento viário do concelho e, em particular, das artérias antigas", advertiu.
Seguidamente, lamentou a "falta de dignidade" das ruas próximas à lota e prometeu dar "uma volta de 180 graus" no miolo urbano da zona portuária de Leixões.
Entre "dois de dedos de conversa" com comerciantes e moradores, o candidato do PSD/CDS lançou, ainda, mais críticas à actual gestão autárquica de Matosinhos, entre as quais, apontou, a deficitária taxa de saneamento que e defendeu a "urgente" alteração do Plano Director Municipal que, segundo Guilherme Aguiar, "aguarda, há vários anos, revisão".