<p>Mais dinheiro para a Cultura e uma gestão diferente para o Rivoli é o que preconizam PS, CDU e BE, no Porto. Por sua vez, a coligação PSD/PP promete "algo de revolucionário". A sua prioridade é a feitura do Plano Municipal.</p>
Corpo do artigo
O debate teve lugar na FNAC de Santa Catarina, juntou representantes das listas concorrentes à Câmara Municipal do Porto e a Cultura era o tema em discussão. PS e CDU apresentaram ideias concretas que foram, na generalidade, partilhadas pelo BE, enquanto que a coligação PSD/PP apostou em linhas programáticas, antes de passar à acção.
A gestora Amélia Cupertino de Miranda foi a porta-voz de quem governa a Edilidade há oito anos e quer renovar o mandato por mais quatro. "Vamos fazer algo de revolucionário. A nossa prioridade vai para a feitura do Plano Municipal de Cultura. Queremos saber quantas associações existem e quantos são os actores. Queremos medir o impacto dos museus e trabalhar com a Universidade. Também vamos criar a figura do mediador, que, junto das comunidades, tratará de conhecer as suas necessidades", afirmou a representante dos sociais-democratas e dos centristas, acrescentando que, na área dos museus, é necessária "uma abordagem diferente da actual", de forma a proporcionar o acesso a toda a população. "Acessibilidade total", foi o termo usado.
Alterar o modo de gerir o Rivoli, tirando o exclusivo a La Féria, uniu os partidos da oposição. O PS, pelo artista e empresário Nicolau Pais, propõe a criação de um passe cultural. "Não se pode desprezar o Fantasporto ou o FITEI", exclamou, numa indirecta a Rui Rio, pugnando pela reanimação do Cinema Batalha. Pais avançou, ainda, com a realização do "Festival Quatro Estações", a distribuir ao longo do ano e com ponto alto no S. João. A revitalização da marca "Porto, Património da Humanidade", e a criação de um roteiro para os museus, são outras linhas de força da cartilha socialista. Quanto ao Rivoli, defendeu uma mudança de estratégia. Disse até admitir que as produções de La Féria possam ocupar o espaço "durante um ou dois meses", mas fez questão de se demarcar da política seguida por Rui Rio. "É preciso diversificar e devolver o Rivoli ao interesse público e não às lógicas de mercado", destacou.
O professor José António Gomes, pela CDU, considerou que a injecção de verbas é uma urgência. Citou os casos das bibliotecas Municipal e Almeida Garret, a necessitarem de investimentos, e defendeu a criação de uma rede de pequenas bibliotecas, a começar, por exemplo, no Marquês. Este projecto, na sua óptica, daria emprego a jovens licenciados. Criticando Rui Rio, quanto à aplicação do dinheiro, sublinhou que "a Cultura não pode ser vista só como despesa". Sobre o Rivoli, considerou que o teatro "deve ser ocupado por outros criadores, para além de La Féria". Pelo BE, Francisco Beja, director da Escola de Música e Artes do Espectáculo, opinou que a ocupação do Rivoli "deve ser mais plural", não podendo resumir-se ao estilo musical. "Até porque as pessoas se cansam", justificou.