<p>O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou "um crime económico" o desmantelamento da antiga Sorefame-Bombardier, defendendo o regresso da montagem de carruagens às instalações da empresa, na Reboleira, Amadora.</p>
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O líder comunista apanhou, ontem, um comboio na Linha de Sintra, entre Amadora e Rossio, viajando numa carruagem "feita pela Sorefame", empresa entretanto adquirida pela multinacional canadiana Bombardier, e que foi "pura e simplesmente desactivada" há cinco anos e meio.
Jerónimo de Sousa recordou que esta empresa, que também produzia turbinas para barragens, chegou a exportar a sua produção para os Estados Unidos. Desde 2005, sublinhou, Portugal já importou "cerca de 100 mil milhões de euros de material circulante", que é produzido na Áustria, Alemanha e Espanha.
Num momento em que se projecta a construção do TGV e dadas as necessidades de carruagens e de material circulante por parte da CP e do Metro, Jerónimo de Sousa questionou por que motivo não é reactivada, "pelo menos a montagem de carruagens" na Reboleira, aproveitando as instalações ali existentes, parte das quais actualmente ocupadas pela EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário.
Uma medida que teria "custos mínimos", sublinhou, e que permitiria criar "centenas de postos de trabalho", além de beneficiar pequenas e médias empresas, na área, por exemplo, dos estofos e dos vidros.
"É um crime económico abdicar dessa produção, é uma política de abandono da nossa produção nacional", criticou o dirigente comunista, para quem "é de uma grave irresponsabilidade, é uma omissão profundamente gravosa para o país não agarrar e potenciar aquilo que sabemos fazer bem".
"Não se entende porque é que quando se fazem concursos, estas empresas, designadamente a CP, que é uma empresa pública, porque é que não recorre a estas instalações para desenvolver essa produção", afirmou ainda.