<p>O PCTP-MRPP voltou a ser o partido mais votado entre as forças políticas sem representação parlamentar. Mas a conquista de mais 4893 votos, em comparação com as legislativas de 2005, não chegou para garantir a eleição de um deputado.</p>
Corpo do artigo
O partido, cuja figura de proa é Garcia Pereira, lidera a lista das onze pequenas formações que se submeteram ontem ao escrutínio dos portugueses - mais quatro do que em 2005 - e que, no total, conseguiram convencer 175 mil eleitores em todo o país. Horas antes da divulgação dos resultados, Garcia Pereira condenou uma campanha sem debate de ideias "e muito menos com a profundidade, a reflexão e a seriedade que a situação do país exigia", lamentando a desigualdade de tratamento na divulgação das propostas do PCTP-MRPP, em comparação com a voz das cinco forças políticas representadas na Assembleia da República. A crítica é partilhada pela maioria dos candidatos dos pequenos partidos.
A noite trouxe boas notícias ao recém-criado Movimento Esperança Portugal (MEP) que ocupou a segunda posição entre as 11 formações, embora com uma votação mais fraca do que nas europeias. Nas eleições de 7 de Junho deste ano, o MEP, liderado por Rui Marques, ultrapassou PCTP--MRPP com quase 53 mil eleitores. Ontem, teve menos de metade (25 mil). A Nova Democracia foi relegada para a terceira posição nessa lista. Além da perda de cerca de 20 mil votos em relação às legislativas de 2005, soma-se a decepção de ter falhado a eleição de Manuel Monteiro pelo círculo de Braga.
Insatisfeito ficou ainda Pedro Quartin Graça. O cabeça-de-lista por Lisboa da Frente Humanista considerou que as forças "extra--parlamentares, à excepção do PCTP-MRPP, ficaram muito abaixo das expectativas" e vê a vitória do PS como um sinal de satisfação dos portugueses com a gestão do país. O Partido Humanista obteve menos votos coligado com o MPT do que sozinho em 2005.