O candidato socialista à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, pretende que a cidade volte a investir na cultura, comprometendo-se a ajudar a encontrar a verba em falta para terminar a obra do Teatro do Bolhão.
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A recuperação do Palácio do Conde do Bolhão, onde ficará sediada a Academia Contemporânea de Espectáculo (ACE) e a companhia Teatro do Bolhão, que custou cerca de um milhão de euros, 70% dos quais comparticipados por fundos europeus, está presa por duzentos mil euros.
Manuel Pizarro, que esta quarta-feira visitou o espaço, não quis comprometer-se a concluir a obra com o orçamento municipal caso vença as eleições de 29 de setembro, mas garantiu que terá "toda a disponibilidade para ajudar a encontrar as soluções adequadas".
O socialista recordou aliás que "esteve muito envolvido no processo de financiamento nacional que assegurou que com o financiamento comunitário que tornou possível lançar a obra", pelo que "não há razões para crer que agora faria diferente".
A ACE e a Companhia Teatro do Bolhão esperam desde 1998 instalar-se naquele local e várias companhias da cidade perderam os espaços de atuação nos últimos anos, pelo que Pizarro elogiou "a capacidade de resistência dos criadores da cidade, que sobreviveram a uma década de luta feroz contra a cultura no porto conduzida pela maioria municipal".
O candidato independente Rui Moreira foi incluído na crítica. "Agora, há vários candidatos, até próximos do espaço politico desta maioria, que querem esquecer o que foi o percurso desses 12 anos. Mas eu, ao contrário, acho importante lembrar que estão na candidatura do dr. Rui Moreira personalidades que contribuíram ativamente para a luta contra o setor cultural do Porto", lamentou.
O socialista reforçou que "a cultura é estrategicamente fundamental para uma cidade como o Porto", prometendo recuperar a sua dinâmica, assente em dois eixos: criação de novos públicos e fruição da produção "que distinguirá a cidade no plano internacional".
Para isso, explicou, apostará num "programa de aprendizagem da música e das artes nas escolas do ensino básico" e criará "um circuito pedonal das artes, com três percursos distintos: um dedicado às artes plásticas (entre o Centro Português de Fotografia, o Museu Soares dos Reis e as Galerias de Miguel Bombarda), outro à literatura e livros (entre a a livraria Académica e a Lello), e um terceiro dedicado às artes performativas e do espetáculo (entre o Teatro do Bolhão, o Rivoli, o Sá da Bandeira, o Coliseu, o Cinema Batalha e o Teatro Nacional São João).