"Há uma qualidade muito própria dos portugueses, que é a cordialidade e o respeito mútuo. As pessoas, quando têm divergências, devem expressá-las pelo voto ou publicamente, se o podem fazer, mas sempre respeitando a esfera dos outros", disse esta sexta-feira Paulo Portas, instado a comentar os incidentes no comício algarvio de José Sócrates. Mas condena? "Claro que sim".
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Com uma frase didáctica, frisando que a repetiria se o sucedido tivesse ocorrido com qualquer outro partido, o presidente do CDS-PP capitalizou o que poderia ser a vitimização alheia em proveito próprio, mantendo a imagem de contenção e moderação.
O comentário foi feito à margem de uma breve visita à Quinta da Comenda, uma exploração agrícola familiar em Alcanhões, Santarém, na qual Portas pode explanar mais algumas das ideias que tem para desenvolver a agricultura, que, como até os mais distraídos terão reparado, é das teclas em que mais tem batido nesta campanha eleitoral.
Criticando a circunstância de o Proder (Programa de Desenvolvimento Rural) não considerar de interesse estratégico a produção de cereais, quando Portugal importa 80% do que consome, o líder centrista defendeu o empenho do país na renegociação da Política Agrícola Comum, em questões como as dos seguros de colheitas ou na candidatura a fundos: "Os agricultores portugueses recebem menos por hectare do que os de outros países. Portugal tem margem para crescer, mas terá de saber dizer, de cabeça levantada: 'Tudo o que recebemos, usámos bem'.".