"Sinto-me preparado para dirigir um Governo, mas não faço essa exigência, porque serão os portugueses a decidir até onde vai o CDS", disse Paulo Portas, nesta noite de quinta-feira, no jantar que encerrou o penúltimo dia de campanha eleitoral.
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Perante cerca de duas mil pessoas, o presidente do CDS resumiu num dupolo conceito o que é a tónica do centrista na recta final da corrida: "Nenhuma euforia, todo o esforço". No presente contexto de crise, "qualquer euforia de um partido político vai parecer deslocada, aos olhos de quem está com dificuldades", argumenta.
Acentuando um pouco a tónica de toda a campanha - populista, aos olhos dos críticos -, Portas salientou que "não há melhor propaganda do que a verdade do nosso trabalho", argumentando que o CDS tem feito "a campanha mais poupada, mais focada e mais positiva".
Paulo Portas insistiu na ideia de que é preciso lutar até ao fim pelo resultado eleitoral que se espera: "Nada está garantido. Precisamos de todos os votos necessários para dar força ao CDS no próximo Governo de Portugal".
Porque, da forma como Portas apresenta a questão, "o PSD pede uma maioria absoluta que não é merecida; o CDS é mais humilde, pede um reforço da sua votação, que é merecido e necessário". Essa frase foi dita depois desta: "Não entrarei em polémica com o presidente do PSD: é uma questão de sentido de responsabilidade".
A jornada de sexta-feira terá início, de novo, no distrito de Lisboa (inclui, ao meio-dia, uma arruada no Chiado), mas o encerramento será em Setúbal, onde os centristas esperam eleger um segundo deputado. Como sempre, apresentam o argumento de que será roubado ao PS, mas não sabem dizer com os votos de quem. Dos indecisos? Talvez, pois são eles o alvo privilegiado deste final de campanha.