Elisa Ferreira diz estar de regresso ao Parlamento Europeu "com muita tristeza" e recusa ter sido prejudicada pela dupla candidatura.
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Diz, sim, que faltou debate e foi "muito agredida" por constituir uma "grande ameaça" à estabilidade de Rui Rio.
Na hora da derrota, a candidata conseguiu sentir-se "muito, muito vitoriosa". "Estamos convictos de termos prestado um bom serviço cívico ao Porto e ao país", justificou Elisa, certa de que a cidade "não será a mesma após esta experiência". Além disso, salienta que ficou desta campanha "um sinal de que é possível um partido abrir-se" à sociedade civil.
A candidata do PS, que teve um resultado inferior ao conseguido por Francisco Assis, em 2005, rejeita a ideia de que tenha sido penalizada pelo facto de ter sido candidata também ao Parlamento Europeu. "Fui muito agredida pelo facto de ser uma grande ameça, como se notou, à estabilidade da coligação PSD/PP" e "muito prejudicada pela falta de debate público", contrapôs.
Certo é que confirmou que está de regresso a Bruxelas. "Vou assumir o lugar no Parlamento Europeu. Com muita tristeza porque gostaria de ter ficado no Porto", garantiu a eurodeputada", para quem esta questão "foi virada ao contrário". "Se viesse para cá por não ter mais nada para fazer, isso sim penalizava-me", defendeu Elisa, que não fica como vereadora.
A primeira candidata parte e ficam os seguintes, como a própria fez questão de sublinhar, ao agradecer "àqueles que vão continuar na Câmara". Manuel Correia Fernandes é o senhor que se segue na lista. Uma "equipa de luxo", resumiu Elisa, lamentando, a propósito, os "vexames e insultos" de que alguns elementos "foram alvo.
Também para justificar o mau resultado, falou da "grande dificuldade em fazer passar a mensagem e as propostas", que foram "substituídas por muita agressividade e violência". Além disso, nota que a sua candidatura "não tentou minar os outros".
Ontem, os agradecimentos da candidata foram também para os socialistas, pouco presentes na sua campanha. "Quero agradecer a todos os candidatos de junta e aos membros do partido menos visíveis, mais próximos do terreno", destacou Elisa. Muito antes da candidata, que esperou por ter mais certezas nos resultados, falou o líder da Federação do Porto, deixando a ideia de que vai pedir contas no partido. "O PS apoiou de forma clara esta candidatura. É evidente que alguns militantes não se empenharam tanto como deveriam, mas é um problema que discutiremos internamente", prometeu Renato Sampaio.
Entre os discursos do líder distrital e da candidata, separados por mais de duas horas, tempo houve para um incidente que quebrou a monotomia que se vivia na sede. Um pequeno grupo de jovens que festejava, com bandeiras, a vitória de Rio decidiu passar pela porta da sede de Elisa. Uma apoiante, da Sé, não gostou da provocação e recorreu à agressão verbal até os afastar.