<p>O cabeça-de-lista do CDS-PP às europeias dividiu-se entre as críticas ao PS por causa do caso BPN, a defesa da agricultura e o combate à abstenção, pedindo que os que não votam por descrédito "protestem votando".</p>
Corpo do artigo
Europeias/Dia 5: Nuno Melo entre o caso BPN, a agricultura e o combate à abstenção (C/ÁUDIO)
Único representante do CDS-PP na comissão de inquérito ao caso BPN e empenhado em "descobrir a verdade" sobre a forma como "se fez ou não fez" a supervisão bancária, Nuno Melo divide os dias entre o estudo de documentos novos que diz possuir e as iniciativas de campanha eleitoral às europeias.
O quinto dia de campanha não foi excepção e, tal como quarta-feira, dia em que jogou "matraquilhos" com estudantes, Nuno Melo ainda teve tempo hoje para cinco minutos de pingue-pongue com estudantes da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos.
Da visita à escola, que dá formação profissional a jovens em cursos de "técnico de produção pecuária" e "turismo ambiental e rural", entre outros, Nuno Melo registou que "os cursos ligados à agricultura são também dos que tem maiores índices de empregabilidade".
"Hoje a escola tem alunos desde o Dubai, Inglaterra e outros países, o que diz tudo sobre o sucesso destes cursos e diz outra coisa: que a agricultura tem sucesso em Portugal e para lá de Portugal", disse, em declarações à Agência Lusa.
Num dia dedicado à defesa dos agricultores, no distrito de Aveiro, Nuno Melo começou com uma visita a um mercado de produtores locais e criticou o facto de a audição ao Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, ter sido marcada para depois das eleições.
Para Nuno Melo, o PS está a proteger Vítor Constâncio e eventualmente a proteger-se de "danos" nas urnas e "perdeu a isenção" na comissão parlamentar de inquérito.
" tarde, o caso voltou a marcar o dia com o candidato a afirmar que não foi contactado pela presidente da comissão de inquérito, a deputada socialista Maria de Belém Roseira sobre a data.
"Não tive sequer um telefonema da presidente da comissão parlamentar de inquérito, mas já a ouvi a fazer comentários na rádio a propósito do que não interessa, os insultos entre o PS e o PSD", afirmou, acusando o PS de "partidarizar" a investigação para "evitar que se saiba o que se passou a nível da supervisão".
Numa visita à Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos, Aveiro, Nuno Melo ouviu uma funcionária a confessar-se desiludida com os partidos políticos: "já votei, agora acho que não", disse a funcionária.
Perante o descrédito manifestado pela funcionária, Nuno Melo admitiu que "em muitos casos a abstenção pode ter uma dimensão de protesto", mas apelou para que não seja essa a opção dos portugueses no dia 07 de Junho.
"O que mais decisivo hoje se discute em Portugal passa pela União Europeia, não é uma eleição menor", sustentou, defendendo que "no que respeita ao CDS o melhor motivo para justificar a redução da abstenção é o trabalho" que fez enquanto deputado na Assembleia da República.
"No limite das nossas forças vamos pedir que as pessoas votem, que protestem votando", disse.