<p>De loja em loja, Rui Rio, que não costuma fazer compras por falta de tempo, deixou o apelo ao voto entre comerciantes e clientes em Cedofeita e em Costa Cabral. O social-democrata não se esquece do "susto" de Gomes em 2001.</p>
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E, no próximo domingo, não quer ser ele o surpreendido. Daí que, quando questionado por uma apoiante sobre a certeza da vitória, o candidato do PSD/PP optou, ontem, pela prudência: "O Fernando Gomes apanhou um susto há oito anos e eu não me esqueço desse susto", atentou Rio, recordando a vitória, então inesperada face às sondagens, que conduziu ao primeiro mandato na liderança da Câmara do Porto. O objectivo do social-democrata, que procura a reeleição, "é repetir o resultado de 2005". O mesmo será dizer: obter a maioria absoluta.
A campanha arrancou morna em Cedofeita. Entre incentivos e troca de cumprimentos, o autarca ouviu queixas de quem passa as noites em claro. A multidão que nas madrugadas se diverte na Travessa de Cedofeita roubou o sossego a João Santos. "Não se consegue dormir até às cinco horas da manhã. É uma autêntica bandalheira. Só se dorme quando há temporal. O barulho da Ribeira veio para aqui", lamenta o morador, indignado com a inacção da Polícia e a falta de resposta aos "papéis" enviados para a Câmara, Junta e Governo Civil. "Ninguém faz nada", desabafou ainda.
Rui Rio entende que cabe à PSP silenciar o ruído nocturno. "É uma queixa recorrente", afirmou, certo de que a Autarquia pouco pode fazer para além de assegurar a insonorização e o licenciamento dos bares. Mas, admite, existem bares sem licença. No que toca à ordem pública, pede uma PSP mais actuante: "As pessoas têm direito à tranquilidade".
Com tambores e comitiva alargada, o social-democrata passou a tarde na Rua de Costa Cabral. Local de boas memórias para o candidato que passou parte da infância na casa da tia-avó, onde aprendia lições de português. Por ali, a vida está diferente e, nas palavras de alguns lojistas, o comércio definha e precisa de animação. "O senhor esqueceu-se da zona de cá de cima", criticou uma moradora, enquanto um comerciante pedia animação no Marquês.
"Podemos usar o jardim do Marquês para fazer alguns eventos. É uma ideia que levo daqui", realçou o autarca, minutos antes de protagonizar uma estreia na campanha. Pela primeira vez, a conversa com um eleitor foi feita através de telefone fixo. É que, ao ver Rui Rio a aproximar-se e perante a ausência da "patroa", a funcionária da loja "Big Bag" ligou para a proprietária e passou o auscultador ao candidato. O que foi dito, ficou entre os dois.
A comitiva seguiu viagem pela Asprela. E o dia acabou com Rui Rio a experimentar, dentro do autocarro, os tambores da juventude social-democrata.