O candidato social-democrata à Câmara de Lisboa, Santana Lopes, quer renegociar o contrato de concessão à Liscont do terminal de contentores de Alcântara, afirmando que a expansão do porto como está planeada porá a cidade em "balbúrdia".
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Numa acção de campanha junto ao terminal, Santana Lopes afirmou que se for eleito, a renegociação do contrado do Estado com a empresa Liscont, que tem a concessão do terminal até 2047, que obteve sem concurso, vai estar "em cima da mesa para tratar com o governo".
"Devia ter havido e deve haver concurso, depois de eleitos pugnaremos para que o processo seja reaberto, seja reavaliado", garantiu, ao mesmo tempo que está ciente das "cláusulas indemnizatórias" que obrigariam o Estado a pagar à Liscont se o contrato fosse rescindido e com as quais defendeu que é preciso lidar "com ponderação".
Quanto à expansão do Porto de Lisboa, afirmou que pode ser feita com apenas "cinco milhões de euros" e pode ser feita para a Trafaria, o que devido à profundidade das águas até seria a hipótese mais natural.
No entanto, afirmou que essa hipótese de expansão à espera do aumento de tráfego portuário "não tem sustentação na realidade actual e futura", ou seja, não há assim tantos navios a passar por Lisboa que justifiquem a expansão e a capital, embora deva manter o porto, não pode ser "uma cidade de matrix portuária".
Ligando a expansão do terminal de contentores e o aumento "em 600 camiões TIR" do tráfego a circular na zona ribeirinha com a possibilidade de uma terceira travessia do Tejo com componente rodoviária, Santana Lopes afirmou a concretização destes projectos, de que discorda, lançaria "Lisboa na balbúrdia"
O candidato da coligação Lisboa com Sentido (PSD, CDS-PP, MPT, PPM) afirmou que o caminho pretendido pelo seu adversário socialista, António Costa, é uma cidade "sem aeroporto, com contentores, com uma ponte a trazer milhares de carros para Lisboa e com o Terreiro do Paço numa confusão, num caos".
"Qual é a congruência disto com ou sem carros, o Porsche, o metro, o eléctrico?", questionou, aludindo a iniciativas de campanha e projectos defendidos pela candidatura Unir Lisboa (PS).
Santana Lopes voltou a "exortar" António Costa para "mostrar aos lisboetas" os termos do acordo que anunciou impondo uma limitação de altura aos contentores empilhados em Alcântara, "senão é conversa fiada para enganar eleitores".
O social-democrata afirmou que o máximo de cinco contentores empilhados referido por Costa é já é o máximo que o solo na zona do Porto de Lisboa aguenta.
"O que [António Costa] conseguiu foi o máximo que os operadores portuários já conseguem fazer", argumentou, acrescentando que o socialista "se esqueceu" de dizer quantas filas de contentores podem ser alinhadas.
Em relação aos planos para a zona de Alcântara, considerou "um perfeito disparate" a ideia de mudar os restaurantes e bares das Docas para Pedrouços enquanto decorressem as obras de expansão, para depois regressarem ao mesmo lugar, com um custo de "40 milhões de euros".