<p>Quem sucederá a Daniel Campelo na Presidência da Câmara de Ponte de Lima após 11 de Outubro? O actual número dois, Victor Mendes, e a equipa que sempre acompanhou o autarca do CDS-PP ao longo de 16 anos de liderança?</p>
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Filipe Viana, advogado de 33 anos que concorre pelo PSD ao lugar deixado vago pelo único presidente do país, neste momento, eleito pelo CDS-PP, animado pelos bons resultados do seu partido no concelho (31, 81 % dos votos, contra 27,21% do PS e 26,98 % do CDS-PP) nas legislativas 2009? Ou António Carlos Matos, um outro advogado com 44 anos, candidato do PS, que acredita que, na ausência de Campelo, a vontade de "virar a página" dos limianos fará dele seu sucessor? Ou ainda o cabeça de lista da CDU, Acácio Pimenta, professor aposentado de 61 anos, que desvaloriza o mediatismo do autarca que agora cessa funções e crê que o trabalho desenvolvido pelo seu partido no concelho será agora valorizado através do voto?
Todos estes são cenários possíveis, uns mais que outros, atendendo ao histórico de resultados eleitorais desde 1994, ano em que foi eleito, pela primeira vez, o presidente de Câmara que fez correr tinta nos jornais e ocupou tempo de antena nas televisões com uma greve de fome na Assembleia da República e a viabilização dos Orçamentos de Estado do PS, que lhe valeu a suspensão do CDS-PP. Ao longo do seu percurso, José Daniel Rosas Campelo da Rocha sempre foi reeleito com uma margem incontestável em relação aos opositores. Em 2005, última disputa eleitoral que protagonizou até anunciar este ano a retirada das lides autárquicas, venceu as eleições com 57, 6 % dos votos, deixando muito para trás o PSD (21,2 %), o PS (14,9%) e o PCP (2,8%). Para o Executivo que ainda lidera, elegeu uns confortáveis cinco mandatos, contra dois da Oposição - um do PS, outro do PSD.
Face ao seu afastamento, o que poderá agora acontecer? "Daniel Campelo era uma figura carismática a nível local e também muito conhecida a nível nacional, e a sua saída, embora não haja pessoas insubstituíveis, diminuirá a valia da equipa que se candidata, nomeadamente, pelo partido que é hoje poder na Câmara de Ponte de Lima", entende o socialista António Carlos Matos, considerando ser exequível uma viragem partidária, num contexto, em que a actual lista do CDS-PP "não se apresenta minimamente coesa" pelo facto de Campelo representar "um factor de união que deixou de existir".
Filipe Viana, do PSD, partilha a perspectiva: "Temos dito, desde o início da campanha, que não temos a obrigação nem de ganhar nem de perder, mas estamos a lutar para vencer e, considerando que o actual presidente de Câmara teve o mérito de sair na altura certa, achamos que isso pode acontecer, até porque temos ideias para servir as pessoas". Viana entende, de resto, que a tendência de voto dos eleitores de Ponte de Lima pesará na hora da votação no próximo dia 11. "Este concelho é biologicamente social-democrata. Senão, veja-se os resultados das Europeias e das Legislativas em que o PSD foi a força mais votada", argumenta.
Por seu turno, Victor Mendes, candidato do CDS-PP, assume-se desde já como o sucessor natural do actual autarca: "Estamos confiantes numa vitória porque a equipa que se propõe ao eleitorado é a mesma, com excepção de Daniel Campelo, que está na Câmara, uns há oito anos e outros há 12, com experiência e provas dadas, e portanto acho que os limianos vão dar-nos essa confiança".