Cerca de 97% das pessoas que chegam por mar à Grécia vêem de dez dos principais países emissores de refugiados, pelo que têm direito a asilo, sublinhou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados.
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"A grande maioria das pessoas que estão a chegar às portas da Europa são verdadeiros solicitadores de asilo, e têm direto a proteção internacional e a serem chamadas de refugiados", disse a porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)., Melissa Fleming.
A ACNUR contabiliza em 477906 o número de pessoas que chegaram à Europa este ano através do Mediterrâneo, "porque atualmente todas as fronteiras terrestres estão fechadas, e a única via é a perigosa travessia pelo mar", acrescentou, citada pela agência Efe.
Destes quase 478 mil, mais de 175 são originários da Síria, ouros 50 mil do Afeganistão e quase 10 mil do Iraque, segundo os números da ACNUR.
"As pessoas que vêm desses países são consideradas refugiadas porque fogem de um conflito. Não percebo porque é que durante quatro anos chamámos refugiados aos sírios que chegavam à Jordânia, Líbano ou Turquia, e a partir do momento em que chegam à Europa já não são refugiados".
A "crise de refugiados", como lhe chama a ACNUR, está no seu ponto mais alto, com a chegada de 6 mil pessoas por dia às costas europeias, pelo que "é preciso uma resposta massiva e ordenada" e é preciso também que "a União Europeia demonstre se é verdadeiramente uma união, com uma política comum, ou apenas um conjunto de países que atuam individualmente".
As declarações da porta-voz da ACNUR acontecem no mesmo dia em que os ministros do Interior se reúnem para debater o tema dos refugiados na Europa.