O metafórico Relógio do Apocalipse, que alerta a Humanidade para o perigo da autodestruição, mantém-se a 90 segundos da meia-noite, encarada como o fim do Mundo. As guerras, a crise climática e os perigos da Inteligência Artificial são as grandes ameaças.
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A atualização horária é feita anualmente pela organização sem fins lucrativos "Bulletin of the Atomic Scientists". O relógio foi inventado por investigadores de várias áreas que analisam os riscos criados pelo ser humano e o perigo que eles representam para a sua autodestruição. Assim, à medida que os ponteiros se aproximam da meia-noite, mais próximo estará o fim da Humanidade.
Em 2023, na sequência da guerra na Ucrânia e face à ameaça nuclear, o Mundo foi colocado a 90 segundos do fim. Este ano, com a guerra no Médio Oriente, os ponteiros do relógio não sofreram qualquer alívio.
De acordo com os cientistas, existe "um nível contínuo de risco sem precedentes" de ameaças como a guerra, a crise climática e o "avanço dramático" da Inteligência Artificial.
Apesar de não haver uma alteração, Rachel Bronson, da "Bulletin of the Atomic Scientists", pede cautela. "Desenganem-se: acertar o relógio a 90 segundos da meia-noite não é uma indicação de que o Mundo está estável". "É urgente que os governos e as comunidades atuem", acrescentou, citada pela Sky News.
Os cientistas lamentam que a China, a Rússia e os EUA estejam "a gastar enormes quantias para expandir ou modernizar os seus arsenais nucleares", sublinhando também a ameaça da crise climática, visível nas inundações, incêndios e catástrofes que afetaram milhões de pessoas no ano passado.
Além disso, acrescentam, o perigo está iguamente nos avanços da Inteligência Artificial, havendo "fracas tentativas" de os controlar.
A altura em que a Humanidade esteve mais distante do fim, a 17 minutos da meia-noite, foi em 1991, após o fim da Guerra Fria. De referir que o relógio como símbolo da vulnerabilidade global surgiu em 1947.