O Presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmud Abbas, disse esta sexta-feira em Paris que, "se for necessário", será feito um inquérito às circunstâncias da morte, em 2004, do antigo dirigente palestiniano Yasser Arafat.
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Abbas falava aos jornalistas no final de um encontro, no Eliseu, com o Presidente da França, François Hollande, com o qual se reuniu esta sexta-feira pela segunda vez desde o dia 8 de junho.
"Falámos da morte do Presidente Yasser Arafat, que foi tratado aqui, em França. Este assunto está aparentemente a caminho de ser reaberto e, se for necessário, realizaremos um inquérito. Queremos ver se há novos elementos que possam surgir" sobre as circunstâncias da sua morte, adiantou Mahmud Abbas.
Um documentário divulgado na terça-feira pela televisão Al-Jazeera relançou a tese de envenenamento como causa da morte de Arafat, ao referir que um laboratório suíço, o Instituto de Física de Radiação de Lausanne, descobriu "uma quantidade anormal de polónio" ao analisar amostras biológicas em objetos pessoais do líder palestiniano.
Os pertences foram entregues à viúva de Arafat pelo hospital militar de Percy, no sul de Paris, onde Arafat morreu, oficialmente a 11 novembro de 2004.
Pouco antes do encontro Hollande-Abbas, o negociador palestiniano Saëb Erakat tinha afirmado à AFP que o Presidente palestiniano aproveitaria a oportunidade para "pedir à França que forneça (aos palestinianos) toda a informação de que dispõe sobre a morte de Arafat.
Num comunicado divulgado pela Presidência francesa, o Eliseu refere que "a situação regional e os bloqueios ao processo de paz no Médio Oriente" foram também abordados no encontro.
"O Presidente da República reafirmou a vontade da França de continuar a apoiar a Autoridade Palestiniana, nomeadamente no plano financeiro, para que esta possa prosseguir as reformas assumidas", refere-se no documento.