Uma adolescente francesa de 14 anos ficou em coma depois de ter sido espancada no exterior da escola por outros três jovens nos subúrbios da cidade de Montpellier, em França.
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A vítima, chamada Samara, já saiu do coma, mas ficou "gravemente ferida" no ataque ocorrido na tarde de terça-feira em frente ao colégio Arthur Rimbaud, no distrito de La Mosson-La Paillade, um subúrbio com muitos moradores imigrantes, de acordo com os procuradores.
O incidente ocorre num momento de tensões crescentes nas escolas francesas, depois de dezenas de mensagens com ameaças de ataques terem sido enviadas através de um sistema interno de mensagens.
Os três supostos agressores foram detidos sob suspeita de tentativa de homicídio de uma menor. Um dos acusados é uma adolescente da mesma idade e que estuda na mesma escola, que admite ter espancado a vítima. Os outros dois menores detidos têm 14 e 15 anos.
A mãe da vítima, Hassiba, disse, em conferências de imprensa, que a filha tinha sido intimidada por um colega durante dois anos e meio, levantando a possibilidade de que isto pudesse ter acontecido devido ao seu comportamento e vestuário terem sido considerados não-islâmicos. "Na verdade, não entendo as razões desta criança para atacar constantemente Samara, mas há algo. Acho que é o facto de que ela talvez seja um pouco mais liberal do que alguns estudantes", disse, em declarações à BFMTV.
Hassiba acusou ainda a colega de ser a “patrocinadora” do ataque e alegou que esta estudante tinha sido suspensa durante dois dias em junho de 2023, depois de ter publicado nas redes sociais uma fotografia da sua filha a apelar à sua violação.
No entanto, uma aluna que não quis ser identificada, disse achar que o que aconteceu “não teve nada a ver com uma determinada maneira de vestir” e que a outra rapariga acusou Samara de publicar nas redes sociais uma fotografia dela com um insulto.
Quatro outros alunos repetiram a mesma história.
Governo francês abre investigação
A ministra da Educação, Nicole Belloubet, lançou uma investigação com uma duração de oito dias úteis a partir de sexta-feira para relatar as circunstâncias do ataque. “Esta missão terá como objetivo estabelecer a realidade dos factos e estabelecer responsabilidades”, disse Belloubet à BFMTV, acrescentando que era devida “a verdade” a Samara.
O presidente francês Emmanuel Macron expressou “solidariedade” à adolescente que foi atacada, mas pediu cautela ao tirar conclusões sobre as circunstâncias do ataque. "Nesta fase, eu seria cauteloso ao categorizar as coisas. "Quero que toda a verdade seja estabelecida", rematou.