O julgamento do advogado de Mahsa Amini começou, na terça-feira, no Irão. A morte da jovem curda, de 22 anos, em setembro de 2022, desencadeou um movimento de protestos no país.
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Saleh Nikbakht, advogado da jovem curda, é acusado de "propaganda contra o sistema", segundo o jornal iraniano "Etemad". A primeira audiência realizou-se na terça-feira e foi-lhe comunicada a acusação de propaganda contra o regime por ter comentado o caso de Mahsa Amini com meios de comunicação social locais e estrangeiros.
O julgamento de Nikbakht tem início quase um ano após a morte de Amini, sendo que o advogado poderá ser condenado a uma pena de prisão de um a três anos. De acordo com o jornal iraniano, o advogado de Nikbakht pediu absolvição, afirmando que o arguido "apenas criticou a gestão do país pelas autoridades", nas entrevistas dadas a meios de comunicação.
Nikbakht, originário da província ocidental do Curdistão, representou várias personalidades iranianas durante a sua longa carreira, incluindo o aclamado realizador de cinema Jafar Panahi. No final de setembro de 2022, indicou que a família de Amini tinha apresentado queixa contra os agentes da polícia que detiveram a jovem.
O Irão foi palco de uma onda de protestos desencadeada pela morte da jovem curda de 22 anos, Mahsa Amini, em Teerão, a 16 de setembro, três dias depois de ter sido violentamente agredida e detida pela "polícia da moral", por infringir o rígido código de vestuário feminino.
Dezenas de polícias fizeram parte das centenas de mortos nos protestos contra o caso de Amini, que Teerão considerou "motins" fomentados por governos estrangeiros. As autoridades efetuaram milhares de detenções entre os manifestantes e os apoiantes.