O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, denunciou, esta segunda-feira, que dez edifícios da sua organização foram atingidos por ataques israelitas nos últimos quatro dias na Cidade de Gaza.
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"Isto inclui sete escolas e duas clínicas que estão a ser agora utilizadas como abrigos para milhares de deslocados", alertou Lazzarini na rede social X, sublinhando ainda que "os bombardeamentos sobre a Cidade de Gaza e o norte [do enclave] estão a se intensificar".
"Cada vez mais pessoas são obrigadas a fugir, desorientadas e com dúvidas, rumo ao desconhecido", lamentou.
O responsável da agência da ONU referiu que foi interrompida "a prestação de cuidados de saúde no Beach Camp, o único serviço médico disponível ao norte de Wadi Gaza".
"Os nossos serviços vitais de água e higiene estão a operar com apenas metade da capacidade", enfatizou, acrescentando que "nenhum lugar é seguro em Gaza".
"Ninguém está a salvo", reiterou Lazzarini, sublinhando que as 11.000 equipas da UNRWA em Gaza "continuam a prestar serviços essenciais noutras zonas do norte de Gaza e no resto da Faixa".
"Estão empenhados em servir as suas comunidades contra todas as adversidades, enquanto vivem em circunstâncias muito desumanas", elogiou.
"A sua determinação perante as circunstâncias muito desumanas é uma inspiração", disse o responsável da UNRWA.
"Por quanto mais tempo devemos esperar até que sejam tomadas medidas para alcançar um cessar-fogo" em Gaza, questionou, diante da intensificação da ofensiva contra a Cidade de Gaza pelos israelitas, que pretendem a ocupar completamente.
A ofensiva israelita, desencadeada após os ataques realizados em 7 de outubro de 2023 pelo movimento islamita Hamas, fez até ao momento quase 64.900 palestinianos mortos e 164 mil feridos, de acordo com dados fornecidos pelas autoridades de Gaza, consideradas fiáveis pela ONU.