O rio Sena continua a não passar nos testes de qualidade da água a um mês dos Jogos Olímpicos de Paris, altura em que está prevista a realização da prova de natação e da etapa de natação do triatlo, revelaram os resultados à água esta sexta-feira.
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Os últimos testes, concluídos na semana passada e divulgados pela Câmara Municipal de Paris, mostraram que os níveis da bactéria E.Coli - um indicador de matéria fecal - estão muito acima dos limites máximos impostos pelas federações desportivas.
A 18 de junho, o nível de E.Coli era 10 vezes superior aos níveis aceitáveis e em nenhum momento desceu abaixo do limite máximo de 1000 unidades por 100 mililitros (ufc/ml), utilizado pela Federação Mundial de Triatlo.
As leituras para as bactérias enterococos foram melhores, mas ainda se mantiveram em níveis inseguros durante vários dias da semana passada.
"A qualidade da água continua a degradar-se devido às condições hidrológicas desfavoráveis, à pouca luz solar, às temperaturas sazonais abaixo da média e à poluição", afirmou o gabinete da presidente da câmara de Paris, em comunicado.
As autoridades francesas gastaram 1,4 mil milhões de euros na última década para tentar limpar o rio, melhorando o sistema de esgotos de Paris e construindo novas instalações de tratamento e armazenamento de água.
Mas as grandes tempestades continuam a sobrecarregar a rede de águas residuais da capital, algumas das quais datam do século XIX, levando a descargas de esgotos não tratados diretamente no rio.
Após meses de tempo chuvoso, o Sena está atualmente nas suas margens, com um caudal cerca de quatro a cinco vezes superior ao seu nível habitual nos meses de verão, de acordo com leituras recentes.
Os organizadores insistem que um pouco de tempo seco e de sol em julho deverá ser suficiente para que o Sena esteja apto a receber os eventos de natação ao ar livre.