O chefe militar do ramo iemenita da a-Qaeda, Qassem al-Rimi, anunciou hoje a criação do Exército Aden-Abyane, para libertar o Iémen "dos cruzados e dos seus agentes apóstatas".
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Em gravação sonora, o chefe militar da a-Qaeda na Península Arábica (AQPA) afirmou: "Preparamo-nos para fazer os primeiros ataques do Exército Aden-Abyane para defender a nação e a sua religião (...) e libertar as suas terras dos cruzados e dos seus agentes apóstatas."
O exército "está na sua primeira fase", acrescentou, apelando à "ajuda" dos jihadistas (guerreiros santos) e dos seus apoiantes no Iémen, um país de estrutura tribal onde a população anda fortemente armada.
A sua mensagem foi divulgada a partir de um site islamita na Internet ligado à AQPA, sem que a sua autenticidade pudesse ser comprovadamente imediatamente.
O Exército Aden-Abyane deriva do nome de duas províncias do Iémen onde a AQPA está mais activa e parece inspirar-se também no efémero movimento radical Exército Islâmico de Aden-Abyane, extinto após a execução do seu chefe, Abu al-Hassan al-Mihdar, no seguimento de uma tomada de reféns ocidentais, em 1998.
Al-Rimi acrescentou que o seu grupo elegeu como alvos prioritários, nos últimos meses, as forças de segurança e os serviços de polícia no Sul e Leste do Iémen, recorrendo a explosivos e franco-atiradores.
De momento, disse ainda, será evitado "o confronto directo" com o exército do presidente iemenita, Ali Abdallah Saleh, nas cidades, mas o grupo estará presente "em várias zonas montanhosas, desérticas e costeiras", com a intenção de fazer "uma guerra de desgaste para alargar a frente com o inimigo, com o objectivo de o enfraquecer".
Adiantou ainda que o objectivo do seu grupo é "aplicar a sharia na Península Arábica", através da jihad (guerra santa).
Depois do atentado falhado do Natal de 2009 contra um avião que fazia a ligação entre Amesterdão e Detroit, o Iémen passou à ofensiva contra os membros da a-Qaeda, que reivindicou atentados contra missões diplomáticas, instalações petrolíferas e turistas estrangeiros no Irão.
A AQPA nasceu em Janeiro de 2009, resultante da fusão dos ramos iemenita e saudita da rede de Osama bin Laden, cuja família é originária do Iémen.
O Iémen é considerado o país mais pobre do mundo árabe e confronta-se com um movimento separatista no Sul e as sequelas de uma rebelião xiita no Norte.