A Bélgica aumentou para o nível máximo o alerta de terrorismo, após ameaça de ataque com explosivos e armas em vários pontos da capital.
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"Após a última avaliação, o gabinete de crise aumentou o alerta para o nível quatro, o que significa uma séria ameaça na região de Bruxelas", refere a declaração divulgada uma semana após os ataques do Daesh em Paris e que fez 130 mortos.
"A análise que foi efetuada demonstra uma ameaça séria que requer medidas específicas de segurança assim como a divulgação de recomendações especiais junto da população", acrescenta o gabinete de crise que depende do Ministério do Interior.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, esclareceu esta manhã que a decisão de subir o nível de ameaça terrorista em Bruxelas para "4", o máximo possível, está ligada a uma ameaça de ataques com explosivos e armas.
"Isto deveu-se a uma ameaça de um ataque de indivíduos com explosivos e armas em vários locais da capital", afirmou Michel numa conferência de imprensa em Bruxelas.
Esta manhã, todas estações de metro de Bruxelas foram encerradas.
Charles Michel anunciou ainda uma série de outras medidas operacionais que vai implementar. A Bélgica vai reduzir o número de grandes eventos, apertar a segurança no sistema de transportes públicos, aumentar o número de polícias e soldados nas ruas, especialmente em Bruxelas, e estabelecer uma linha telefónica especial de emergência.
De acordo com o diário belga La Dernière Heure, "um importante arsenal de explosivos e produtos químicos" terá sido descoberto pela polícia belga em operações de buscas realizadas na sexta-feira à noite na comuna de Molenbeek, informação ainda não confirmada pelas autoridades.
O Órgão de Coordenação para a Análise de Ameaças (OCAM) apenas aponta que entre alvos potenciais estarão centros comerciais e transportes públicos, o que levou ao encerramento das linhas de metro e da artéria mais comercial no centro de Bruxelas, a Rue Neuve.
Eventos cancelados
Vários eventos foram cancelados, entre os quais um concerto do músico francês Johnny Hallyday, previsto para hoje à noite em Heysel -- adiado para 26 de março de 2016 -, um dos maiores complexos de salas de cinema, igualmente na zona de Heysel, também foi encerrado, assim como o Atomium, um dos símbolos da capital belga.
Também vários eventos desportivos foram cancelados na zona de Bruxelas, tendo o encontro da primeira divisão belga de futebol Lokeren-Anderlecht sido igualmente adiado.
A situação levou também ao cancelamento de jogos de futebol não profissionais, jogos do campeonato regional, e jogos de hóquei e basquetebol.
No centro, a Grand-Place é fortemente vigiada pelas forças de segurança, com "snipers" das forças especiais colocados no topo de diversos edifícios.
A Bélgica é o país que mais exportou jiadistas para a Síria e para o Iraque para se juntarem ao Daesh. A investigação aos atentados de Paris estabeleceu logo uma ligação, após a identificação dos autores dos ataques, entre as suas atividades na Bélgica, com origem no bairro de Moleenbek, e a sua radicalização.
Detido suspeito de Paris na Turquia
Hoje soube-se que um homem belga de origem marroquina, suspeito de estar ligado aos atentados 'jihadistas' em Paris, dos quais resultaram 130 mortos na semana passada, foi detido no sul da Turquia, segundo a agência Dogan.
Ahmed Dahmani, de 26 anos, é acusado de ter participado em operações de reconhecimento para escolher os locais dos atentados, segundo a agência, citada pela France Presse.
Dahmani foi detido perto da estação balnear de Antália, na companhia de dois sírios que o iam ajudar a atravessar a fronteira com a Síria, refere ainda a agência.
Foram também detidos outros dois suspeitos de terrorismo na Turquia.