Um grupo de americanos residentes em Portugal organiza a 20 de janeiro, o dia da tomada de posse de Donald Trump, uma vigília em Lisboa em defesa dos valores democráticos e para prestar tributo a Barack Obama.
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A iniciativa, intitulada "Vigília Americana Pela Democracia", pretende "prestar tributo ao presidente Barack Obama pela melhoria da situação interna dos Estados Unidos e das suas relações no mundo", mas também "chamar a atenção para a necessidade de vigilância do futuro político dos Estados Unidos e a sua adesão aos princípios democráticos durante a administração do presidente eleito Donald Trump", referiu uma nota informativa dos organizadores do evento enviada à Lusa.
Vamos examinar e responder às ações de um governo cujos primeiros sinais têm sido muito preocupantes
A hora do início da iniciativa, às 17 horas, e o local da vigília (Largo do Carmo) foram simbolicamente escolhidos.
"A hora, às 17 horas, marca a transferência formal do poder para a nova administração às 12 horas em Washington, enquanto a localização ecoa a história de Portugal como local do principal protesto público durante a Revolução dos Cravos de 1974", indicou a nota.
Misha Pinkhasov, consultor e escritor, que vive em Portugal desde 2014, é um dos organizadores da iniciativa.
"Para os americanos no estrangeiro é particularmente importante continuar envolvidos no processo político do país e mostrar ao mundo que vamos examinar e responder às ações de um governo cujos primeiros sinais têm sido muito preocupantes", disse.
Expressar gratidão ao governo Obama pelo que fez nos últimos oito anos em tantas áreas
Outro cidadão americano envolvido é Patrick Siegler-Lathrop, presidente dos Democrats Abroad Portugal (grupo representativo dos democratas residentes em Portugal), que distancia a iniciativa de qualquer conotação partidária.
"Esta vigília é também uma expressão não-partidária de gratidão ao governo Obama pelo que fez nos últimos oito anos em tantas áreas", afirmou o norte-americano que nasceu na Argélia francesa e que vive há oito anos em Portugal.
Entre os feitos da administração Obama, Patrick Siegler-Lathrop destacou o desempenho da economia dos Estados Unidos após a crise financeira de 2008, "com 75 meses de crescimento contínuo do emprego", o acesso a cuidados de saúde para milhões de americanos e o papel de liderança que assumiu "em acordos internacionais para combater o aquecimento global".
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Segundo os organizadores, manifestações similares serão realizadas nos Estados Unidos nos dias antecedentes e seguintes à tomada de posse de Trump, como é o caso da Marcha das Mulheres no dia 21 de janeiro em Washington, que espera atrair 300 mil pessoas de todo país.
Também estão previstas vigílias e marchas locais em Nova Iorque, Los Angeles e em outras cidades europeias, como Paris, Londres, Amesterdão, Berlim e Praga. As iniciativas na Europa também pretendem alertar para a ascensão da política de extrema-direita no espaço europeu.
Os organizadores da vigília em Lisboa salientam que a iniciativa está aberta a todos.
Donald Trump, o vencedor das eleições presidenciais do passado dia 8 de novembro, será empossado como o 45.º presidente dos Estados Unidos a 20 de janeiro numa cerimónia pública junto ao edifício do Capitólio, em Washington.