Amnistia Internacional e Greenpeace apelam aos Estados europeus que condenem ataques a flotilha
A Amnistia Internacional (AI) e a Greenpeace apelaram hoje aos Estados europeus, incluindo Portugal, que condenem os ataques contra a flotilha solidária de ajuda humanitária a Gaza.
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"Face aos riscos que correm centenas de ativistas pacíficos e jornalistas a bordo e perante a situação apocalíptica das populações palestinianas de Gaza - entregues à fome e à escassez de cuidados médicos por um bloqueio ilegal - pedimos aos Estados terceiros, em particular aos Estados europeus, nomeadamente ao Estado português, que intervenham publicamente", adiantam a Amnistia Internacional Portugal e a Greenpeace Portugal, em comunicado enviado às redações.
Na mesma nota, as duas organizações fazem referência aos "novos ataques ilegais com drones ocorridos na noite de 23 para 24 de setembro contra a Global Sumud Flotilla" e defendem que os Estados europeus "devem condenar estes ataques", bem como "pressionar as autoridades israelitas a não interferirem com uma frota humanitária que se destina a um país terceiro".
"Deve ser garantida a entrada segura da frota e a ajuda humanitária de emergência na Faixa de Gaza", acrescentam.
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A Flotilha Global Sumud é composta por cerca de 50 navios com ativistas, políticos, jornalistas e médicos de mais de 40 nacionalidades, incluindo três portugueses: a deputada e coordenadora do BE Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.
A AI e a Greenpeace consideram inaceitável o ataque contra a flotilha humanitária e sublinham que estes, bem como "as declarações ameaçadoras e desumanizantes das autoridades israelitas contra a frota, colocam em risco a vida das tripulações", constituindo "uma tentativa descarada de intimidar estas últimas e os seus apoiantes".
"Nada pode justificar o bloqueio da ajuda humanitária a Gaza, quando a população sofre de fome e de condições de vida catastróficas causadas pelo genocídio", reiteram, referindo que os "Estados devem intensificar a pressão sobre Israel".
Num apelo dirigido especificamente ao Governo português, as duas organizações lembram ainda que a flotilha "inclui ativistas portugueses" e dirige-se "para as águas da Palestina, um Estado agora reconhecido por Portugal".
Neste contexto, "o Estado português deve ser consequente com essa afirmação, garantindo efetivas condições de segurança a todos os tripulantes - nomeadamente aos três portugueses que fazem parte desta missão humanitária - e que não se fiquem por meras proclamações", rematam.