O procurador que lidera a investigação ao naufrágio do Costa Concordia, que causou 32 mortos ao largo da costa italiana, disse, este sábado, que a análise à caixa negra do navio de cruzeiro poderá demorar três meses.
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Francesco Verusio falava à rádio nacional italiana antes do início da audiência preliminar para a apreciação de provas, que começou em Grosseto, na Toscânia, este sábado.
Centenas de advogados, consultores e antigos passageiros e tripulantes do navio participam na audiência à porta fechada que decorre no teatro de Grosseto.
Verusio estimou que a sessão, que decorrerá durante todo o dia, seja dominada por "batalhas processuais".
Os advogados do capitão Francesco Schettino, apontado como o principal responsável pelo naufrágio e que enfrenta acusações de homicídio e de abandono do navio, entraram por uma porta traseira.
O capitão, que está em prisão domiciliária, não compareceu na audiência por "razões de segurança", segundo um dos seus advogados.
"Ainda bem que Schettino não vem", disse aos jornalistas um dos sobreviventes do naufrágio, adiantando que o capitão mais não fez do que "dizer mentira atrás de mentira para se desculpar".
Uma outra sobrevivente disse que Schettino "é um imbecil e em certa medida um criminoso".
"É impensável que não tenha acionado o alarme. É uma atitude criminosa", sublinhou.
No total, nove funcionários da empresa Costa Crocieri são acusados de homicídio por negligência, naufrágio e falta de comunicação às autoridades marítimas.
O Costa Concordia, que naugrafou a 13 de Janeiro na costa da ilha italiana de Giglio, transportava 4229 pessoas, incluindo 3200 turistas de 60 nacionalidades diferentes.
O navio naufragou depois de embater num rochedo, causando a morte a 32 pessoas.
Grupos de antigos passageiros do navio apresentaram queixas contra a empresa Costa Crocieri em Itália, França e Estados Unidos.