O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou, esta terça-feira, ter assinado com Teerão "um roteiro" que permite investigar as suspeitas sobre eventuais esforços feitos no passado para desenvolver de armas nucleares por parte do Irão.
"Acabei de assinar o roteiro entre a República Islâmica do Irão e a AIEA para esclarecer questões pendentes -- do passado e do presente -- relacionadas com o programa nuclear iraniano", disse Yukiya Amano, saudando o "significativo avanço", antes do esperado anúncio de um acordo histórico entre Teerão e as principais potências mundiais.
A última sessão plenária entre o Irão e o chamado Grupo 5+1 -- os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha -- que tinha início previsto para as 08:30 locais (09:30 em Lisboa) na sede da ONU em Viena.
Na sequência do "roteiro", Yukiya Amano revelou que pretende divulgar um relatório sobre a investigação a ser realizada pela agência até 15 de dezembro.
A AIEA tem procurado examinar as alegações de que pelo menos até 2003 o programa nuclear iraniano teve "possíveis dimensões militares" -- que conduziram a uma investigação para o fabrico da bomba atómica.
Teerão sempre rejeitou as acusações, argumentando que têm por base informações facultadas pelos seus inimigos a uma crédula IAEA, e uma investigação está estancada desde o ano passado.
Um ponto especial de atrito prende-se com a intenção por parte da AIEA de inspecionar 'in loco' instalações militares, como Parchin, as quais terão sido palco das atividades suspeitas.
Segundo Yukiya Amano, o roteiro recém-assinado "define uma clara sequência de atividades nos próximos meses, incluindo a oferta por parte do Irão de explicações sobre matérias pendentes. Também prevê reuniões de peritos, medidas e discussões técnicas, bem como um acordo separado relativamente à questão [da base militar iraniana de] Parchin".
