O autor do ataque perpetrado na sexta-feira no comboio que fazia a ligação Amsterdão-Paris tinha uma AKM (versão da famosa espingarda de assalto "Kalashnikov"), 270 munições e uma garrafa de 50 centilitros com combustível, segundo fonte judicial.
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Os investigadores franceses determinaram que Ayoub el-Khazzani, marroquino de 25 anos, chegou à Europa a 4 de junho num voo a partir da Turquia, revelou o procurador da República François Molins, em conferência de imprensa citada pela agência noticiosa France Presse (AFP).
O suspeito compareceu esta terça-feira à tarde perante o Palácio de Justiça de Paris, onde chegou a bordo de um carro sem identificação da polícia, de pés descalços, olhos vendados, vestido com uma bata de hospital e algemado, segundo imagens do canal televisivo francês iTELE.
Os magistrados deverão aprovar a instauração da sua acusação e a sua colocação em prisão preventiva.
Ayoub el-Khazzani nega ter tentado perpetrar um atentado terrorista, defendendo que apenas queria roubar os passageiros do comboio.
No entanto, uma análise ao seu telemóvel revelou que o atacante visualizou um vídeo de cantos jiadistas no sítio da Internet de partilha de vídeos YouTube antes de entrar no comboio, na sexta-feira, segundo fonte ligada ao processo citada pela AFP.
Ayoub el-Khazzani "viu o vídeo entre o momento em que comprou o bilhete e o momento em que entrou no comboio", algumas horas depois, segundo a fonte.
Num discurso perante os embaixadores franceses reunidos em Paris, o presidente François Hollande afirmou que o ataque deve incitar a França a estar preparada para mais atentados. "Estamos expostos, e a agressão de sexta-feira poderia ter sido uma carnificina monstruosa sem a coragem de vários passageiros, nomeadamente militares norte-americanos", acrescentou.
De acordo com as autoridades, o atentado teria "sem dúvida" sido uma tragédia sem a intervenção dos passageiros que dominaram Ayoub El Khazzani, quando este saiu da casa de banho fortemente armado.