Cerca de 1300 pessoas terão morrido ontem na sequência de vários bombardeamentos com armas químicas, nos arredores de Damasco, segundo a Oposição. Regime sírio já negou. ONU reúne de emergência.
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O ataque, presumivelmente com recurso a gás sarin, acontece numa altura em que peritos das Nações Unidas se encontram no terreno precisamente para investigar as denúncias da utilização de armas químicas por parte do regime sírio.
De acordo com a Coligação Nacional Síria, pelo menos 1300 pessoas terão morrido na sequência do ataque de ontem, entre as quais muitas crianças e bebés de meses.
Ontem, contudo, os jornalistas ainda não tinham podido verificar a autenticidade das fotografias e vídeos divulgados pelos rebeldes.
Num desses vídeos, publicados no Youtube, um homem que se apresenta como porta-voz do centro médico de Jobar conta que tem diante de si "mais de 50 crianças mortas". O mesmo homem refere que "as pessoas cometeram o erro" de se refugiarem nas caves, em vez de nos pisos superiores.
Em comunicado, o regime de Bashar al-Assad negou a utilização de armas químicas e acusou os rebeldes de fabricarem notícias para desviar a atenção das suas derrotas.
Também a Rússia, um velho aliado de Damasco, afirmou que as acusações não passam de uma "provocação premeditada".
Recorde-se que a Síria é um dos sete países que não subscreveram a Convenção sobre Armas Químicas de 1997.
Uma equipa de peritos da ONU, que chegou ao país no domingo, iniciou entretanto conversações com o Governo para investigar o incidente.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu de emergência a partir das 20 horas, a pedido de cinco dos seus 15 países-membros.
Horas depois da divulgação dos primeiros vídeos sobre o bombardeamento, o secretário-geral da ONU mostrou-se "chocado". Em comunicado, Ban Ki-moon lembrou que "o uso de armas químicas por qualquer das partes em qualquer circunstância violaria as leis internacionais humanitárias".