O total de deslocados registados após o ataque armado a Palma, norte de Moçambique, subiu para 20.558, anunciou a Organização Internacional das Migrações (OIM) na mais recente atualização sobre a crise humanitária.
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Estima-se que o total seja superior, por haver população que não chega a ser registada ou que ainda esteja escondida em locais remotos.
"Equipas [da OIM] nos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba continuam a registar um aumento significativo de chegadas de IDP [deslocados internos, na sigla em inglês] desde 27 de março", lê-se num comunicado.
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Esta sexta-feira foram identificados 637 deslocados nos quatro distritos "elevando o número total para 20.558 pessoas", detalhou a OIM.
As crianças representam 43% do total e há 272 que estão sozinhas, separadas das respetivas famílias durante a fuga.
As vítimas da violência, forçadas a abandonar as suas terras, continuam a chegar a Nangade a pé, circulando depois parte deles de autocarro para Mueda, Montepuez e Pemba.
O corredor que parte de Palma em direção a oeste via Nangade e depois para sudoeste, para Mueda e Montepuez, continua a ser o principal eixo de fuga do distrito atacado em 24 de março em Cabo Delgado.
Ainda segundo a OIM, 75% dos deslocados vivem com famílias de acolhimento e há 664 idosos registados.
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Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo jiadista Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2500 mortes e 700 mil deslocados.
O mais recente ataque foi em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.
As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.