Dezenas de pessoas morreram, esta segunda-feira, na sequência de um atentado suicida perpetrado em Potiskum, no norte da Nigéria, durante uma cerimónia religiosa xiita.
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Potiskum é a capital económica de Yobe, um dos três Estados do norte da Nigéria que permanece em estado de emergência desde maio de 2013 por causa da insurreição islamita liderada pelo grupo radical Boko Haram. Nos últimos cinco anos, esta insurreição terá feito mais de 10 mil mortos.
Um homem com um colete de explosivos fez-se explodir numa escola islâmica, onde um grupo xiita assinalava o dia da Ashura, a principal cerimónia para os muçulmanos xiitas, em que os fiéis assinalam a morte de Hussein, neto do profeta Maomé.
Algumas testemunhas citadas pela comunicação social local asseguraram que pelo menos 20 pessoas morreram no atentado e que muitas outras ficaram feridas.
"A minha irmã perdeu três dos seus filhos na explosão", relatou Mohamed Adamu, um habitante de Potiskum, em declarações ao diário nigeriano "Premium Times".
Um elemento da polícia que estava no local disse que havia "uma grande concentração de pessoas" na cerimónia e que "muitas foram atingidas", preferindo, no entanto, não avançar com um balanço de vítimas.
A comunidade xiita, minoritária, é frequentemente alvo de ataques nesta região.
Em julho passado, quatro xiitas foram mortos durante um ataque que teve como alvo uma mesquita ao ar livre em Potiskum.
O atentado foi atribuído ao Boko Haram, que luta desde 2009 para criar um Estado islâmico no norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano, ao contrário do sul, de maioria cristã.