Autoridades iranianas libertaram sob fiança, esta quarta-feira, a atriz Taraneh Alidoosti, que esteve detida durante quase três semanas.
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Alidoosti é uma das estrelas mais aclamadas do cinema iraniano, tendo ganhado renome internacional por atuações em filmes premiados do diretor Asghar Farhadi, incluindo o filme vencedor do Oscar de 2016 "The Salesman". A atriz foi detida por "divulgação de informações falsas", o que provocou protestos na indústria cinematográfica e ampliou a preocupação com a repressão das autoridades do Irão.
"A minha cliente foi libertada sob fiança hoje [quarta-feira]", disse a advogada Zahra Minooee à agência de notícias ISNA.
Imagens publicadas pelos meios de comunicação iranianos, incluindo o jornal "Shargh", mostraram-na a sair da prisão de Evin, em Teerão, segurando um ramo de flores e sem usar o lenço islâmico, nuk aparente desafio às rígidas leis de vestimenta do Irão. Figuras importantes da indústria cinematográfica iraniana ainda no país apareceram para recebê-la, incluindo os diretores Mani Haghighi e Saeed Roustayi,. Outras fotografias mostram-se no carro a fazer um "V" com os dedos - um sinal de vitória.
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A voz crítica de Taraneh Alidoosti levantou-se na eclosão dos protestos no Irão, tendo condenado as tentativas do governo iraniano de reprimir a agitação nacional, desencadeada pela morte em setembro de Mahsa Amini sob custódia policial. A atriz prometeu permanecer no país e fazer uma pausa na carreira para apoiar as famílias dos manifestantes mortos pelas forças de segurança.
Em novembro, chamou a atenção após publicar uma fotografia sem lenço na cabeça e com um papel onde se lia, em curdo, "Jin. Jiyan. Azadi" ("Mulher. Vida. Liberdade."). Um mês depois, a atriz voltou a usar o Instagram para expressar a sua solidariedade para com Mohsen Shekari, que foi executado aos 23 anos por crimes alegadamente cometidos durante os protestos no Irão. "O seu nome era Mohsen Shekari. Cada organização internacional que assiste a este derramamento de sangue e não age é uma vergonha para a Humanidade", escreveu. Uma semana depois, foi detida pelas autoridades iranianas e acusada de espalhar falsidades.