Mais de meia centena de estabelecimentos comerciais e camiões de mercadorias foram saqueados na Venezuela, em maio.
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Aumentaram os protestos pela escassez de alimentos, segundo dados divulgados pelo Observatório Venezuelano de Conflituosidade Social (OVCS).
"Em maio foram documentadas 52 pilhagens e 36 tentativas de saques. Continuam os atos violentos contra estabelecimentos comerciais, mercearias, supermercados e transportes. Pelo terceiro mês consecutivo as pilhagens superam as tentativas de saque", explica um relatório do OVCS.
No documento, o OVCS reitera "preocupação pela escalada de pilhagens e tentativas de saque em todo o país (Venezuela)" insistindo que as autoridades venezuelanas devem "garantir o direito humano à alimentação" como estabelece a Constituição".
"Apelamos às pessoas para que exijam os seus direitos de maneira pacífica e no quadro da legalidade", afirma o OVCS.
O relatório dá conta que "durante este ano foram documentados 245 saques ou tentativa de saques no país" e que em maio de 2016 ocorreram "pelo menos 641 protestos", o que "equivale a 21 protestos diários, 37% mais que os 469 ocorridos em maio de 2015".
Desde janeiro foram registados 2779 protestos motivados por falta de alimentos, serviço de água potável e eletricidade.
A escassez e a falta de abastecimento de alimentos foram as principais razões que levaram os venezuelanos a protestar, totalizando 172 protestos (27%), seguindo-se a falta de habitação digna (serviços básicos) 144 (22%), direitos laborais 112 (18%), segurança do cidadão, direito à justiça e direitos das pessoas detidas, 86 (13%), exigências com vínculos políticos 71 (11%) e direito à educação 56 (9%).
"Em maio, a frequência mais alta dos protestos foi justificada por alimentos e serviços básicos, uma situação que tem vindo a crescer desde o início de ano e que o OVCS tem vindo a alertar com preocupação para que sejam tomados os corretivos necessários que permitam satisfazer as necessidades da população", sublinha o documento.
O relatório precisa que "os 172 protestos registados durante o quinto mês do ano, contra a escassez e a falta de abastecimento de alimentos, representam 320% mais com respeito a igual mês de 2015" quando ocorreram 41 manifestações pelo mesmo motivo.