Dois homens entregues pela Áustria a França, suspeitos de pertencerem ao grupo que cometeu os atentados de 13 de novembro em Paris, foram acusados de terrorismo e detidos.
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Adel Haddadi, um argelino de 29 anos, e Mohamad Usman, um paquistanês de 35, foram acusados de "associação de malfeitores e terrorista", especificou fonte judicial à agência AFP.
Os dois homens tinham sido detidos num centro de refugiados na Áustria em dezembro e eram objeto de um mandado de detenção europeu emitido pela França.
A justiça austríaca anunciou esta sexta-feira a sua entrega a França.
A justiça francesa suspeita que os agora detidos tenham tentado entrar em França, no outono passado, para participarem nos ataques de novembro em Paris, que provocaram 130 mortos e mais de 350 feridos.
As autoridades de Viena e de Paris acreditam que os suspeitos viajaram para a Grécia, em concreto para a ilha de Leros, na companhia de outros dois homens envolvidos nos atentados de novembro e que se fizeram passar por refugiados.
Enquanto os outros dois elementos seguiram para o território francês, os suspeitos ficaram sob a custódia das autoridades gregas durante 25 dias, porque viajavam com passaportes sírios falsos.
Uma vez libertados, os dois suspeitos conseguiram chegar à cidade de Salzburgo, na região centro-oeste da Áustria e próxima da fronteira com o estado alemão da Baviera, em finais de novembro, depois dos atentados de Paris.
A polícia austríaca acabou por deter os dois homens num centro para migrantes e requerentes de asilo a 10 de dezembro.
Na sequência de um pedido das autoridades francesas, um tribunal de Salzburgo aprovou, no início deste mês, a transferência dos dois homens para França.
O suspeito argelino terá integrado o EI em fevereiro de 2015, enquanto o suspeito paquistanês é descrito como um operacional de dois grupos jiadistas paquistaneses com ligações à rede terrorista al-Qaeda.
O suspeito paquistanês poderá estar igualmente envolvido nos ataques de 2008 na cidade indiana de Mumbai que mataram 166 pessoas.
Após a sua detenção na Áustria, o suspeito argelino disse aos investigadores que queria ir para França para "cumprir uma missão", segundo dados citados pela agência noticiosa francesa AFP.
A 18 de dezembro, a polícia austríaca também deteve em Salzburgo um marroquino de 25 anos e um outro cidadão argelino de 40 anos, suspeitos de terem um "contacto próximo" com os dois homens agora transferidos para França.
Sobre estes dois outros detidos, "as investigações prosseguem e ainda não existem conclusões", precisou o Ministério Público de Salzburgo, na mesma nota informativa.
Os atentados de 13 de novembro, reivindicados pelo EI, foram perpetrados por vários comandos integrados por uma dezena de homens que abriram fogo ou detonaram explosivos em vários locais da capital francesa, nomeadamente na sala de espetáculos Bataclan.