As autoridades dinamarquesas mantêm o estado de alerta em Copenhaga depois de ter sido abatido o presumível autor dos dois ataques ocorridos no sábado, num centro cultural e numa sinagoga, em que morreram dois civis e ficaram feridos cinco polícias.
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A conclusão apresentada pela polícia resulta de provas técnicas, testemunhos e imagens de gravações em vídeo e que apontam para que seja o mesmo indivíduo a ter atuado, sozinho, nos dois locais.
No entanto, a polícia mantém a vigilância em vários pontos da cidade.
O homem de 55 anos que faleceu no tiroteio de sábado no centro cultural onde decorria um debate sobre blasfemia e liberdade de expressão era o cineasta dinamarquês Finn Nørgaard, relatou a televisão pública "DR", informação que ainda não foi confirmada oficialmente.
Finn Nørgaard era também produtor e fotógrafo e tinha realizado vários documentários sobre vários temas, como música, a vida dos presos numa prisão e de um grupo de jovens imigrantes na Dinamarca.
"Há várias coisas que apontam para que assim tenha sucedido e nada indica que tenha havido colaboradores, embora seja uma possibilidade que devemos investigar mais detalhadamente", disse hoje o inspetor Jørgen Skov, em conferência de imprensa, explicando a conclusão apresentada pela polícia acerca do presumível autor dos ataques.
As autoridades mantêm-se em alerta e tentam chegar aos motivos do presumível autor dos ataques, embora os locais escolhidos e a presença no centro cultural do artista sueco Lars Vilks, ameaçado por grupos islamitas, apontem para uma razão fundamentalista para os seus atos.
"Não conhecemos as motivações do presumível autor, mas sabemos que há forças que desejam mal a países como a Dinamarca. Querem subjugar a nossa liberdade de expressão", disse a primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt.
Nos dois atentados em Copenhaga, ocorridos nas últimas 24 horas, morreram duas pessoas e três ficaram feridas.
O primeiro tiroteio em Copenhaga ocorreu durante a tarde de sábado num centro cultural em que se realizava um debate sobre a liberdade de expressão, para o qual estava convidado o artista sueco Lars Vilks, que vive há anos sob proteção policial devido às ameaças de grupos islâmicos depois de desenhar Maomé como um cão.
O segundo ataque foi às portas de uma sinagoga em que se realizava uma cerimónia de "bar mitzva" (similar à comunhão no cristianismo) e em que morreu um jovem desta comunidade que fazia parte da segurança do centro.