Um avião da Egyptair despenhou-se esta quinta-feira ao largo da ilha grega de Karpathos, no Mediterrâneo, no espaço aéreo egípcio, com 66 pessoas a bordo.
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O voo MS804 da Egyptair que fazia a ligação entre Paris e o Cairo transportava 66 pessoas a bordo, entre eles um português, que trabalhava em Joanesburgo, na África do Sul.
O português foi identificado como José Silva, engenheiro civil de 62 anos, funcionário da Mota Engil. Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, referiu que o cidadão tem "sede de trabalho em Joanesburgo, na África do Sul".
"Confirmamos que estava um português a bordo deste avião que caiu, com 62 anos, inscrito no consulado de Joanesburgo, mas com residência em Lisboa, tinha quatro filhos e era o responsável da Mota-Engil para os mercados africanos", adiantou José Luís Carneiro.
O secretário de Estado disse que já apresentou as condolências à família em nome do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e do Governo português. "O nosso gabinete de emergência consular já está a manter contactos com os nossos serviço consulares e diplomáticos em França e no Egito por forma a podermos dar o apoio necessário às diligências que se vão seguir caso se confirme a morte de todos os passageiros como o registo e a trasladação", declarou.
O secretário de Estado disse ainda que a empresa Mota-Engil já se mostrou disponível para custear as despesas que venham a ser reconhecidas como não estando cobertas pelo seguro.
Virou duas vezes e depois caiu
O avião da EgyptAir despenhou-se ao largo da ilha grega de Karpathos, no Mediterrâneo, no espaço aéreo egípcio, disse à agência France Press uma fonte aeroportuária grega.
"Cerca das 3.29 (0.29 hora de Portugal) quando estava em espaço aéreo egípcio, o avião desapareceu dos radares gregos... despenhou-se a cerca de 130 milhas náuticas da ilha de Karpathos", disse uma fonte da Proteção Civil grega, citada pela Agência France Press.
Segundo aquele oficial, a última comunicação com o piloto ocorreu três minutos antes de o avião desaparecer e não houve qualquer sinal de emergência, o que coincide com a versão do Exército egípcio.
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O diretor da Aviação Civil grega, Konstantinos Lintzerakos, disse aos media locais que os controladores de voo tentaram comunicar com o piloto do avião quando este estava a 10 milhas de deixar o espaço aéreo grego, mas este não respondeu. Segundo Konstantinos Lintzerakos, os controladores continuaram a tentar comunicar com o avião até que este desapareceu do radar, já no espaço aéreo egípcio.
O avião viajava a 37 mil pés (cerca de 11 mil metros) quando desapareceu dos radares e caiu 22 mil pés depois de virar acentuadamente duas vezes no espaço aéreo egípcio, revelou o ministro da Defesa grego.
"O avião fez uma volta de 90 graus para a esquerda e uma volta de 360 graus para a direita, caindo dos 37 mil pés para os 15 mil e o sinal perdeu-se por volta dos 10.000 pés", disse Panos Kammenos numa conferência de imprensa.
O Airubs A320 da EgyptAir fazia o quinto voo do dia. Tinha iniciado a jornada em Asmara, capital da Eritreia, para o Cairo, de onde saiu para Cartagena, na Tunísia, antes de voltar ao Cairo para partir para França, de onde saiu cerca das 23.29 de quarta-feira.
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O ministério grego da Defesa enviou dois aviões de buscas e uma fragata para a área onde o aparelho terá caído.
Pelo menos oito navios comerciais, dos muitos que navegam no mediterrâneo, juntaram-se às buscas pelo Airubs A320 da EgyptAir, revelam sites de observação marítima.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, acrescentou que "não se pode descartar nenhuma hipótese" sobre as causas do desaparecimento. "Decidimos cooperar estreitamente para estabelecer o quanto antes as circunstâncias deste desaparecimento", indica um comunicado do Palácio do Eliseu, enviado após uma conversa entre o presidente François Hollande e o seu homólogo egípcio, Abdel Fatah al Sissi.
O presidente francês, François Hollande, anunciou a abertura de um inquérito.
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O voo MS804 teve início no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, às 23.09 horas de quarta-feira, hora local, e devia chegar ao aeroporto internacional do Cairo na madrugada desta quinta-feira.
A maioria dos passageiros e tripulação eram egípcios (30) e franceses (15) mas a bordo viajavam também dois iraquianos, um britânico, um belga, um kuwaitiano, um saudita, um sudanês, um chadiano, um argelino e um canadiano.
Num comunicado através das redes sociais, a EgyptAir informa que as famílias dos passageiros estão a ser acomodadas junto ao aeroporto do Cairo e que foram disponibilizados médicos, tradutores "e todos os serviços necessários" aos familiares.
O voo MS804 desapareceu dos radares depois de entrar no espaço aéreo egípcio, segundo a companhia aérea.