O ex-presidente do governo espanhol José Maria Aznar criticou este sábado os Estados Unidos e alguns países europeus por terem lançado um ataque militar contra o regime de Muammar Kadafi quando este, defende, se tornou há anos "amigo" do Ocidente.
Corpo do artigo
Numa conferência na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Aznar criticou ainda o facto de estes países, em contraponto, não actuarem da mesma forma contra os regimes do Irão e da Síria, onde a população apelou ao Ocidente que a apoiasse sem ter qualquer resposta por parte dos Estados Unidos e dos países europeus.
O presidente espanhol lamentou o facto de o presidente ter virado as costas aos presidentes do Egipto, Hosni Mubarak, e da Tunísia, Ben Ali, anteriormente considerados amigos do Ocidente.
"É muito difícil entender uma política que deixa cair os amigos e que deixa os inimigos permanecer no poder", afirmou Aznar na conferência realizada segunda-feira, mas que agora foi colocada no site da universidade.
Aznar recordou que desde 2003 que Kadafi apoia "os esforços do Ocidente contra o terrorismo", tendo renunciado aos seus programas de armamento biológico, químico e nuclear.
Esta política de intervenção militar contra Kadafi, argumentou José Maria Aznar, ensina aos regimes do Médio Oriente que devem "manter-se podres, não fazer reformas e ter armamento muito potente" para não serem atacados.
Numa alusão ao Irão, Aznar disse: "se [um país] tiver armamento nuclear não serás alvo de ataques".
O antigo primeiro-ministro espanhol participou na cimeira das Lages que assinalou o acordo para os ataques ao Iraque com Tony Blair e George Bush.