A Polícia Judiciária Federal da Bélgica apreendeu cerca de 1,5 milhões de euros em buscas realizadas na região de Bruxelas, no âmbito do processo da Procuradoria-Geral da República sobre suspeitas de corrupção, dirigidas a personalidades do Parlamento Europeu, entre as quais Eva Kaili, antiga vice-presidente do órgão.
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De acordo com jornal belga "L'Echo", o dinheiro vivo encontrado no âmbito da investigação sobre suspeitas de corrupção no Parlamento Europeu terá sido apreendido pela polícia através de uma operação conjunta com os bancos do país.
As instituições bancárias terão permitido perceber a partir de onde as avultadas quantias de dinheiro foram retiradas, bem como a respetiva conta bancária e a identidade da pessoa que fez o levantamento, o que, consequentemente, fez com que as autoridades chegassem até à teia de indivíduos que estarão envolvidos no esquema.
Parte desse dinheiro, cerca de 150 mil euros, refere a imprensa belga, terá sido encontrado na casa de Eva Kaili, enquanto cerca de 600 mil euros estariam nas mãos do paí da eurodeputada grega. O restante dinheiro estaria na casa do ex-deputado italiano Pier Antonio Panzeri, que assumiu funções parlamentares entre 2004 e 2019.
No entanto, segundo informações do "L'Echo", que o Ministério Público não comentou nem confirmou, muitas dessas notas estavam envoltas em fita plástica e terão sido emitidas recentemente. O meio de comunicação belga indica ainda que algumas dessas notas terão sido emitidas na Bélgica, enquanto o restante dinheiro ainda está a ser investigado.
As impressões digitais presentes nos maços de notas serão agora analisadas e comparadas com as dos suspeitos, tal como as de outras pessoas envolvidas no alegado esquema de corrupção - operação que, segundo a imprensa da Bélgica, deverá demorar várias semanas.
Eva Kaili será, esta quarta-feira, presente às autoridades belgas para uma audiência na qual será instada a admitir o suposto envolvimento no escândalo do Qatar Gate, bem como deverá justificar a grande quantia de dinheiro encontrada pelas autoridades na casa onde habita.
A eurodeputada helénica enfrenta acusações de envolvimento em crimes de corrupção, branqueamento de capitais e participação em organização criminosa, devendo passar, esta quarta-feira, pelo primeiro teste antes de poder ser julgada.
A antiga braço direito de Roberta Metsola, já que foi exonerada do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu na terça-feira, terá apelado para ser libertada com uma pulseira eletrónica, mas o pedido não foi acatado pela polícia.
O esquema de corrupção ficou conhecido como Catargate por envolver, alegadamente, favores ao país organizador do campeonato mundial de futebol.