O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, pressionado pela Comissão Europeia para combater a corrupção na Hungria, insurgiu-se, esta quinta-feira, contra o escândalo que envolve o Parlamento Europeu e defendeu ser tempo de "drenar o pântano" em Bruxelas.
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"O escândalo da corrupção abalou as instituições europeias: as buscas domiciliárias continuam, a polícia apreendeu milhões de euros e há especulações sobre quais os políticos de Bruxelas que ainda podem estar envolvidos", disse Orbán num vídeo divulgado na rede social Facebook.
Orbán referia-se às suspeitas de corrupção que levaram à detenção da vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili, que foi destituída do cargo, embora mantendo o mandato de deputada, que só lhe poderá ser retirado pelo seu país, a Grécia.
Sem referir nomes, o líder ultranacionalista húngaro disse que, "segundo muitos", poderá haver envolvimento no caso "ao mais alto nível".
"É tempo de drenar o pântano aqui em Bruxelas", acrescentou Orbán na capital belga, onde está a participar numa cimeira do Conselho Europeu.
O Governo de Orbán está sob enorme pressão da Comissão Europeia, que exige, entre outras coisas, que lute mais eficazmente contra a corrupção na Hungria para descongelar mais de 6.000 milhões de euros em fundos.
Eva Kaili, 44 anos, é suspeita de ter recebido dinheiro do Qatar para defender os interesses do emirado que acolhe o Campeonato do Mundo de Futebol.
A deputada socialista alega inocência e o seu advogado em Atenas, Michalis Dimitrakopoulos, afirmou que Kaili desconhece a existência dos sacos de dinheiro encontrados na sua casa de Bruxelas.
Francesco Giorgi, o companheiro italiano de Kaili, também permanece em prisão preventiva, depois de ter comparecido perante um tribunal belga.