Uma semana após o naufrágio na ilha Lampedusa, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, foi recebido, esta quarta-feira, no aeroporto por populares com insultos e gritos de "assassino".
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Os manifestantes aguardaram a passagem da comitiva oficial e, segurando cartazes com fotos de imigrantes, insultaram e protestaram contra Durão Barroso, o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, e a comissária europeia do Interior, Cecilia Malmström.
De acordo com a France Presse no local, Durão Barroso pode não chegar a visitar o centro de acolhimento aos sobreviventes da tragédia devido a razões de segurança.
Na ilha, com cerca de seis mil habitantes, os nervos estão à flor da pele. A visita dos responsáveis italianos e europeus é "uma etapa indispensável para que vejam de perto a imensa tragédia que se vive na ilha", disse a presidente da câmara de Lampedusa, Giuli Nicolini.
"Penso que os governantes italianos deviam pedir desculpas às crianças e aos sobreviventes pela forma como o nosso país trabalha. Só depois poderemos exigir que a Europa cumpra as suas responsabilidades", disse Nicolini.
O primeiro-ministro italiano anunciou que haverá uma "discussão urgente" na próxima cimeira de líderes da União Europeia, a 24 e 25 de outubro, sobre o êxodo dos imigrantes ilegais, que classificou como "um drama europeu".
Enrico Letta falava numa conferência de imprensa conjunta com o presidente da Comissão Europeu, Durão Barroso.
O chefe de Governo italiano garantiu, ainda, que este "tema europeu, global" estará no centro da agenda europeia do próximo ano, durante a presidência italiana da UE, no segundo semestre do ano.
No naufrágio na ilha italiana de Lampedusa morreram 289 imigrantes clandestinos que seguiam a bordo do barco.