O BE considerou, esta terça-feira, que a postura do presidente de Angola é um desrespeito e uma pressão sobre Portugal, consequência da gestão do caso envolvendo o ministro Rui Machete, considerando que "quem não se dá ao respeito, não é respeitado".
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O BE desafia o primeiro-ministro a prestar esclarecimentos sobre esta matéria.
"Creio que esta postura do regime angolano tem uma clara relação com a forma de gestão de todo o cenário Machete, que o Governo levou por diante. O nosso povo diz que quem não se dá ao respeito, não é respeitado, isso é factual e verdadeiro neste contexto", afirmou o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares.
O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou, em Luanda, o fim da parceria estratégica com Portugal, durante o discurso sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional de Angola.
Para o Bloco de Esquerda, "Portugal não se deu ao respeito porque não soube dizer que é um Estado de direito e que deve ser tido em conta como tal e respeitado como tal".
"Ao não se dar ao respeito, é agora, na prática, pressionado, novamente desrespeitado, pelo regime angolano", declarou.
Pedro Filipe Soares considerou ainda que a argumentação do primeiro-ministro para manter o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, em funções, caiu por terra.
"O Governo dizia que queria manter o ministro Rui Machete, dava a entender que devido às relações com Angola. Não tem mais nenhuma argumentação para manter este ministro, antes pelo contrário, se há conclusão que deve tirar é que é a desastrosa condução de todo este processo que também agora está a ser colocada sobre o crivo da crítica", argumentou.
Portugal e Angola têm previsto realizar, em Luanda, em fevereiro do próximo ano, a primeira cimeira bilateral, cuja realização foi anunciada em fevereiro passado pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas.